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Aos 26 anos, João Almeida, natural de A-dos-Francos, concelho das Caldas da Rainha, está a comprovar agora o que há muito se esperava do ciclista português, que é um atleta de elite.
Têm sido vitórias atrás de vitórias e quem o conhece sabe que é fruto do seu trabalho e daquilo que deixa de viver para...viver o sonho de vingar no ciclismo mundial.
Desde pequeno que João Almeida vive apenas 'no seu mundo'. Não dá grande confiança e só os seus mais próximos, família, podem entrar neste seu mundo mais reservado. Rege-se pelo foco e não gosta de dispersar, talvez por isso não tenha ainda vivido como gostaria outra das suas paixões: os carros.
Foi desde cedo que o mundo automóvel entrou na sua vida, através do seu pai, "um maluco pelos carros que passou a sua paixão ao filho", diz quem conhece a família Almeida. João não perde uma corrida de Fórmula 1 na TV e até já foi a alguns autódromos, mas a verdade é que ainda não fez o que quer fazer, concretamente ter mais tempo para este seu hobby. As bicicletas são o seu amor e os carros a sua paixão. Mas os carros ainda vão ter de esperar, concretamente pelo final da sua carreira como ciclista.
E vão ter de esperar porque o "teimoso" João Almeida ainda quer fazer sorrir mais os portugueses com mais conquistas, confiança não falta ao 'duro das Caldas', como também é conhecido.
"É uma pessoa muito segura, mesmo quando não corre assim tão bem, em relação às perspetivas dele, a moral é sempre alta. Nunca vai para a corrida derrotado. E, depois, é uma pessoa calma, não se enerva, não pensa que vai correr mal. E ele cresce quando é líder", resumiu, em tempos, o selecionador José Poeira, à Agência Lusa.
Mas antes de chegar ao ciclismo, João Almeida andou por outras 'paragens', umas de duas rodas também, o BTT, mas também pelo futebol e até no rancho folclórico de A-dos-Francos. Mas nem as danças fizeram com que João Almeida escolhesse o ciclismo como modo de vida, de forma mais séria aos 19 anos.
Foi em 2017 que foi contratado pelos búlgaros da Unieuro Trevigiani, posteriormente para a Hagens Berman Axeon, onde esteve duas temporadas antes de dar o salto para a então melhor equipa mundial, a Deceuninck-Quick Step.
E foi aqui, nesta equipa da Bélgica que mais se notabilizou, antes de deixar-se seduzir pelos milhões de UAE Emirates, onde corre ao lado, entre outros, de Pogacar.
Com 26 anos, ainda sonha com a conquista do Tour de França, onde foi quarto em 2024, e ninguém duvida que vai trabalhar para isso. "Abdica de tudo em prol do trabalho", dizem.
O trabalho parece ser de facto o seu foco e por isso ter conseguido voltar à ribalta após alguns anos de infortúnio. Por exemplo, em 2022, quando era uma das surpresas do Giro d’Italia, ocupando o quarto lugar, teve de abandonar após um teste positivo de covid-19. Dois anos depois a mesma doença retirou-o da Vuelta, quando estava nos três primeiros e em 2024 falhou várias provas devido a uma amigdalite.
2025, contudo, parece ser o seu ano, já com três troféus debaixo do braço.
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