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O papel de Farmer Hoggett quase lhe escapava, por pressões para manter um elenco todo australiano, mas uma diretora de casting insistiu e conseguiu que fosse escolhido. O estúdio quis que mantivesse o sotaque americano, mas acabou por gravar tudo com sotaque britânico, após ter inicialmente testado uma voz texana exagerada, conta ao The Guardian. A relação com o realizador George Miller começou com tensão — recusou tirar as patilhas num teste de maquilhagem — mas a experiência tornou-se transformadora.
Um dos momentos mais marcantes foi a cena final, quando os carneiros seguem Babe sem hesitar, após meses de treinos frustrados. Ao gravar a frase icónica “That’ll do, pig. That’ll do”, Cromwell viu o reflexo do seu pai na lente e, sem esperar, perdoou-o ali mesmo, encerrando um capítulo emocional da sua vida, lembra ao jornal britânico.
Já Neal Scanlan, responsável pelos efeitos animatrónicos, descreve os desafios técnicos gigantescos: desde colocar pelos um a um nas cabeças dos bonecos, a criar olhos com pupilas ajustáveis ou desenvolver uma nova fórmula de silicone com textura de pele. Babe tinha de parecer real entre os animais de verdade, e isso implicava um trabalho de precisão exaustiva, sobretudo debaixo do calor intenso da Austrália. A dedicação dos técnicos era tal que, mesmo após as filmagens, algumas das inovações continuam a ser usadas na indústria.
No fim, o filme não só tocou gerações, como mudou vidas, como a de uma mãe que se queixou a Cromwell por a filha já não querer comer hambúrgueres depois de Babe. Para o ator, isso só confirmou o impacto e a importância da obra.
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