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A informação foi confirmada esta sexta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em comunicado.
Segundo a nota, a recuperação das peças terminou a 23 de setembro, resultado de um pedido de cooperação judiciária internacional às autoridades francesas. As obras foram encontradas em instalações de uma leiloeira em Paris.
O inquérito em causa foi aberto por suspeitas de “descaminho de bens apreendidos”, envolvendo João e Maria Rendeiro, e contou com diligências do Ministério Público e da Polícia Judiciária.
As obras agora recuperadas juntam-se ao conjunto de bens apreendidos no processo que envolveu o ex-banqueiro, condenado em vários processos ligados ao colapso do Banco Privado Português (BPP).
Duas dessas peças apreendidas este setembro estão avaliadas em quase de 600 mil euros e autoria pertence a dois dos pintores portugueses mais conhecidos mundialmente: Paula Rego e Amadeo de Souza-Cardoso.
O primeiro quadro intitula-se “Cães de Barcelona” (1964) e é um dos quadros mais conhecidos da primeira fase de criação de Paula Rego. Segundo o jornal Observador, João Rendeiro tinha comprado a obra e a pintora tinha mesmo visitado a casa do ex-líder executivo do BPP para visualizar o local onde estava exposto. O quadro está avaliado em cerca de 416 mil euros.

Já a obra de Amadeo de Souza-Cardoso recuperada intitula-se “O Cavaleiro” e está avaliado em cerca de 178 mil euros, segundo o comunicado do DCIAP.

Além dos quadros de Paula Rego e Amadeo Souza-Cardoso, foram ainda recuperadas a 23 de setembro, mais duas peças: uma obra Karel Appel intitulada “Dietcher E,”, estimada em 48 mil, e a composição/fotografia “Momento I”, de Juan Munoz, avaliada em 36 mil euros.
O valor total das quatro obras recuperadas ascende a 678 mil euros, diz a DCIAP.
O MP recorda ainda que além destas obras, já haviam sido anteriormente “arrestados/apreendidos” ao casal Rendeiro um apartamento na Quinta Patino, “adquirido em 2018 por 1.150.000 euros”, um veículo da marca Mercedes no valor de cerca de 50.000 euros, saldos bancários de contas abertas em Portugal no valor de 14.000 euros, e saldos bancários de contas abertas no estrangeiro no valor de cerca de 500.000 euros.
Este inquérito, o processo “D’Arte Asas”, que surgiu em outubro de 2021, após a PJ ter descoberto numa diligência que tinham desaparecido da residência dos Rendeiro várias obras de arte arrestadas em 2010. Destas já foram recuperadas 13 das 23 obras desviadas.
Em dezembro de 2024 foram também recuperados um quadro sem título do pintor norte-americano Robert Longo, ilicitamente vendido em março de 2021 por 91.567,80 euros, bem como um banco em mármore branco intitulado “Selections from Truisms: A Lot of Professional”, da artista Jenny Holzer, adquirido em 2007 pelo ex-banqueiro pelo valor de 132 mil libras.
Paralelamente, foram igualmente recuperados uma segunda peça de Holzer, um banco em mármore preto intitulado “Nothing Will Stop You”, que foi adquirido em 2007 por João Rendeiro pelo valor de 133 mil dólares e “Rzochow”, de Frank Stella, esta tinha sido vendida de forma ilícita por 68.750 dólares em outubro de 2021.
Em janeiro de 2022, as autoridades conseguiram recuperar também um outro quadro da autoria do artista plástico norte-americano Frank Stella “Piaski” que tinha sido vendido em março de 2021 através de uma leiloeira norte-americana por 106.250 dólares e encontrava-se à data em exposição na galeria Charles Riva Collection, em Bruxelas (Bélgica), desde setembro de 2021.
No ano 2021 foram ainda recuperados em território nacional outros quatro quadros nomeadamente “Seraglio II”, do pintor português Julião Sarmento, “Dias Quase Tranquilos”, da artista Helena Almeida, um quadro sem título do artista Pedro Calapez, e “Lag-72”, do pintor contemporâneo alemão Frank Nitsche.
Recorde-se que enquanto estava em fuga na a África do Sul, João Rendeiro morreu no dia 13 de maio de 2022 numa prisão daquele país.
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