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Por agora, a situação legal do próprio Jair Bolsonaro neste caso é uma incógnita.
Mais cedo, o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro, bem como os principais meios de comunicação brasileiros, indicaram que a polícia havia indiciado o ex-presidente.
Mas, depois, esses meios informaram que, embora os investigadores tivessem apontado uma responsabilidade penal de Jair Bolsonaro, não pediram o seu indiciamento nesse caso.
O ex-presidente já é arguido num julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar um plano de golpe de Estado, no âmbito do qual foi interrogado sobre a suposta espionagem ilegal que agora afeta seu filho Carlos Bolsonaro.
Jair Bolsonaro é acusado de conspirar para se manter no poder apesar da sua derrota eleitoral para o atual presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
"O Presidente @jairbolsonaro [Jair Bolsonaro] não está na tal lista" das 36 pessoas que a Polícia Federal indiciou no caso de suposta espionagem, afirmou na rede social X o ex-advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten, citando um relatório policial "confuso" sobre este assunto.
A Polícia Federal não respondeu a um pedido da AFP para esclarecer a situação do ex-presidente nesse caso.
Num comunicado anterior, a Polícia Federal tinha-se limitado a indicar que "concluiu o inquérito que apura a existência de uma organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas".
A Polícia Federal acredita que há provas suficientes para indiciar Carlos Bolsonaro, assim como o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL/RJ) no caso conhecido como "Abin paralela", confirmaram no X ambos os envolvidos.
Segundo a imprensa, entre os espiados através dos seus computadores e telemóveis estavam jornalistas e autoridades dos três poderes, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem Bolsonaro já chamou de "ditador".
O pedido de indiciamento inclui também o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, que assumiu o cargo no governo Lula e é suspeito de obstruir as investigações, segundo a imprensa.
Bolsonaro, de 70 anos, pode ser condenado até 40 anos de prisão pela trama golpista. Nega as acusações e afirma estar a ser "perseguido".
O ex-presidente está inelegível até 2030 por ter questionado a confiabilidade do sistema de votação eletrónica sem provas, mas insiste em que quer ser candidato em 2026.
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