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Questionada pelos jornalistas sobre o que iria fazer neste caso, tendo em conta que a sua antecessora no cargo se demitiu na sequência da morte de uma grávida transferida por falta de vagas na neonatologia do Hospital de Santa Maria, Ana Paula Martins respondeu: “a forma como eu vejo o exercício da governação é assumir responsabilidades resolvendo os problemas, e não demitindo-me”.

A governante, que falava em Lisboa, à margem da apresentação dos resultados do índice de Sustentabilidade da Saúde, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS), disse que qualquer morte “é sempre muito grave”, mas sublinhou que vai aguardar “de forma serena” os resultados das auditorias internas aos hospitais por onde passou a grávida.

“A Direção Executiva está, com os hospitais que receberam esta senhora - ela foi vista em vários hospitais - a fazer uma avaliação cuidada e auditorias internas em cada um dos hospitais”, disse a ministra, acrescentando:”Temos que aguardar de uma maneira serena os resultados, que vão ser rápidos, para perceber o que se passou efetivamente”.

Em causa está o caso de uma mulher que terá sido atendida em cinco unidades hospitalares em 13 dias, referindo queixas de dores, tendo o parto sido realizado na Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, em Lisboa, em 22 junho, onde, “pouco tempo depois, a recém-nascida morreu”.

A propósito dos constrangimentos sentidos nas urgências de obstetrícia, que têm funcionado de forma intermitente ao fim de semana na região de Lisboa, a ministra disse que “muito proximamente” avançarão as urgências regionais nesta zona do país.

“O diretor executivo está a trabalhar neste plano e, muito brevemente, ele será apresentado ao Governo”, disse Ana Paula Martins, reconhecendo que “é preciso reorganizar os serviços de urgência”.

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“É, aliás, algo que estava no plano de emergência e que está no programa do Governo”, acrescentou.

No domingo, o Correio da Manhã adiantou que em 10 de junho a mulher foi encaminhada pelo SNS24 para a urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Setúbal, onde terão garantido que o bebé se encontrava bem.

Seis dias depois, a grávida, de 37 anos, voltou a sentir dores e foi atendida no Hospital do Barreiro, no distrito de Setúbal, onde terá recebido indicação para ir para casa.

A grávida voltou a sentir-se mal, três dias depois, e deslocou-se ao Hospital Garcia de Orta, em Almada (Setúbal), onde não foi detetado qualquer problema.

Passadas 48 horas, a Linha SNS 24 terá encaminhado a mulher para o Hospital de Cascais, onde lhe terá sido dito não haver vaga para internamento.

Recusando regressar a casa, a mulher foi transportada de ambulância para a ULS Santa Maria, onde foi feita uma cesariana de emergência.

A recém-nascida nasceu com 4,5 quilogramas, com batimentos cardíacos fracos e sinais de sofrimento fetal. A bebé, apesar das manobras de reanimação, não resistiu.

Na segunda-feira, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou que vai acompanhar a avaliação dos cinco hospitais envolvidos na assistência prestada à grávida, acrescentando que as unidades hospitalares “estão a avaliar a situação, no âmbito das competências dos respetivos órgãos de gestão”.

A IGAS “acompanhará essa avaliação, até à sua conclusão, embora sem proceder à instauração de uma ação inspetiva”, refere a nota divulgada pela inspeção-geral, que disse ainda disponibilizar aos hospitais o apoio “necessário na realização das avaliações internas”.