
As audiências do julgamento começaram esta segunda-feira, em Berlim, avança do The Guardian. O suspeito é identificado apenas como Johannes M., em conformidade com as leis alemãs de proteção de dados.
O Ministério Público acusa o arguido, de 40 anos, de 15 crimes de “homicídio com premeditação e outros motivos torpes”, pedindo uma pena de prisão perpétua, que na Alemanha corresponde geralmente a 15 anos de prisão.
Os procuradores defendem a detenção preventiva do médico mesmo após o cumprimento da pena, dado a gravidade dos crimes cometidos, bem como a aplicação de uma proibição vitalícia de exercer medicina.
O médico trabalhava para um serviço de enfermagem móvel que prestava cuidados paliativos ao domicílio a doentes terminais. Combinava visitas domiciliárias com a intenção de matar os seus pacientes recorrendo a uma mistura letal de vários medicamentos. Por vezes, matava mais de um paciente por dia.
“Agiu com desprezo pela vida... comportando-se como senhor da vida e da morte”, declarou o procurador Philipp Meyhöfer ao tribunal.
As autoridades continuam a investigar dezenas de outras mortes suspeitas possivelmente atribuídas ao arguido, incluindo a morte da sua sogra na Polónia, no início de 2024.
As alegadas vítimas – 12 mulheres e 3 homens, com idades entre 25 e 94 anos – morreram entre setembro de 2021 e julho de 2024.
Acredita-se que o médico tenha administrado aos pacientes um anestésico e um relaxante muscular, paralisando os músculos respiratórios e provocando a morte por asfixia em poucos minutos. Apesar de todos se encontrarem gravemente doentes, nenhum deles se encontrava em fase terminal imediata.
Um colega suspeitou da atividade de Johannes M. após notar que pelo menos cinco dos seus pacientes teriam morrido em incêndios. A queixa foi suficiente para as autoridades a abrirem uma investigação criminal.
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