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Joana Marques está a ser ouvida esta sexta-feira em tribunal, no Palácio da Justiça, em Lisboa. Em resposta às questões da juíza, a humorista defende que “criticar um humorista por ridicularizar é como criticar um cantor por cantar”, diz a SIC Notícias, presente no julgamento.

“O que eu faço é procurar o que há de engraçado”, explicou também a humurista, assumindo que faz “um tipo de humor que não agrada a toda a gente”

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Sobre os cortes no vídeo original - em que os Anjos interpretam o hino nacional - a juíza pergunta se foram intencionais para fazer parecer que os irmãos Rosado não sabiam a letra ou se o objetivo era apenas tornar o vídeo mais curto.

“Foi essa a minha intenção [tornar mais curto] e à procura dos momentos mais engraçados”, responde a humorista.

Recorde-se que esta é a quarta sessão do julgamento e já falou também o cantor Tatanka, membro do grupo The Black Mamba e jurado na última edição do programa "Ídolos".

O artista era uma das personalidades que aparecia no vídeo satírico que motiva o processo, sendo colocadas avaliações que fez a atuações no programa de talentos como reação à interpretação do hino nacional pelos cantores.

Depois das declarações de Joana Marques, o tribunal parou para hora de almoço com a promessa de regressar mais tarde para alegações finais.

Nesta fase, a defesa dos Anjos destacou desde logo “a forma honrosa como conduziu os trabalhos” e “impôs a discussão desta causa” em que “muito acredito” e “sei a prova que foi produzida aqui dentro”.

“Veio cá Ricardo Araújo Pereira, qual farol iluminado - ele não é a luz e nos não vivemos na escurdião - com presunção que o humor não tem limites, não há limites e que se pode tudo”, disse uma das advogadas dos Anjos, acrescentando que “um dos argumentos do Mário Machado na defesa das ofensas nas redes sociais às deputadas de esquerda foi que o fez com a graça”.

Diz ainda que “ridicularizar e satirizar não são sinónimos, são coisas diferentes, assim como não é humilhar”.

Já a advogada de Joana Marques, citada pelo Observador, referiu: “Não tenho dúvidas que vocês sofreram. Não estou a pôr isso em causa”. Lembra ainda que já ouve os Anjos “cantar há muitos anos”.

Quanto às alegações, a advogada diz que a discussão é “técnica” e não para ser falada em “praça pública”.

“A minha colega não gostou da piada, mas não deixa de ser uma piada”, acrescenta.

A advogada dos Anjos falou também que há “uma elite poderosa que controla o digital e a imprensa” e disse existir uma “campanha para influenciar a perceção pública”, algo negado pela juíza.

Depois de terminada a sessão, espera-se agora que seja ouvida a sentença, que não se sabe quando será conhecida.

O Observador sublinha que não é expectável que haja decisão antes de setembro, uma vez que faltam apenas dois dias úteis para o arranque das férias judiciais (a 16 de julho) e a juíza tem outros casos em mãos.

O que está em causa?

Em causa está uma situação que remonta ao ano de 2022, quando os Anjos interpretaram o hino nacional, 'A Portuguesa', numa prova do MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve. Pouco depois desse evento, a humorista decidiu fazer uma piada em torno da atuação. “Será que foi para isto que se fez o 25 de Abril?”, escreveu Joana Marques na legenda de um vídeo que partilhou na rede social Instagram e no qual intercalava a atuação dos Anjos com imagens do júri do programa de talentos da SIC “Ídolos”, do qual fazia parte naquela altura.

Com base nos alegados impactos dessas imagens, os irmãos Rosado e duas empresas que os representam exigem uma indemnização de 1 milhão e 118 mil euros.

As primeiras audiências foram agendadas para 17 e 18 de junho, pode recordar o que aconteceu aqui. Já a terceira foi no dia 30 e pode ser lembrada aqui.