Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Também estão presentes na sessão Sérgio e Nelson Rosado (Anjos) e ainda Joana Marques.

Ao longo do dia estão a ser ouvidas quatro testemunhas, três delas requeridas pela ré: o humorista Ricardo Araújo Pereira, o radialista Fernando Alvim e, sabe o jornal Observador, Miguel Isaac, agente de Joana Marques.

O primeiro a depor foi Bruno Miguel Santos, contabilista dos Anjos. Pouco depois entrou na sala Ricardo Araújo Pereira.

“Estamos hoje aqui por causa de uma perspetiva segundo a qual o humor é uma agressão. Não é apenas uma agressão. É a pior das agressões”, disse à imprensa, à chegada.

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui

“Os queixosos têm um documento da empresa que captou e transmitiu o som a admitir falhas técnicas graves e eles não processaram. Também têm provas da quantidade das pessoas que os ameaçaram de morte e eles não processaram nenhuma.”

“O que eu acho que os queixosos pretendem dos tribunais é uma impossibilidade, eles querem que o tribunal diga o seguinte: nós não somos ridículos. E não é possível porque somos todos”, rematou.

Começou depois a falar dentro da sala de audiências.

Até ao início do dia de hoje não se sabia se Joana Marques iria falar. Mas a Renascença já avançou que a humorista pediu para prestar declarações.

Recorde-se que Joana Marques manteve-se em silêncio durante as primeiras duas audiências de julgamento, mas vai falar após as declarações prestadas pelos irmãos Rosado e respetivas testemunhas.

Neste momento, segundo o que avança o jornal Observador, é certo que o julgamento não terminará esta segunda-feira, pois falta ainda ouvir uma testemunha requerida por Sérgio e Nelson Rosado, que só será ouvida numa data posterior, ainda a confirmar. A acrescentar a este facto, e sendo que Joana Marques vai pedir para prestar declarações ao tribunal, também só o deverá fazer numa data posterior, uma vez ouvidas todas as testemunhas.

Depois de sair do tribunal e testemunhar, Ricardo Araújo Pereira fez questão de referir que este caso trata-se de "um vídeo de um minuto que exprime a seguinte ideia: não gostei muito desta atuação musical, as advogadas da outra parte dizem que essa é a minha interpretação e a delas diferente. Podemos discutir se eu acho que os Maias é a história de uma família em que há dois irmãos que vão para sítios diferentes do planeta e depois encontram-se e não sabem que são irmãos e acontece uma coisa que é desagradável. A advogada pode dizer que é um livro sobre a civilização Maia, tudo bem, é uma interpretação, não a torna verdadeira", referiu o humorista.

"A Joana não tem responsabilidade nenhuma sobre as pessoas que vão pôr comentários desagradáveis sobre os Anjos e pelos vistos lhe fizeram ameaças de morte", acrescentou.

Recorrendo ainda ao humor, que é também o seu ofício, fez questão também de falar “ridículo” da situação: “Devolveria a pergunta aos Anjos: se alguém contactar os Anjos a dizer que alguém tem vontade de se matar sempre que ouve os Anjos é improvável, mas eu por acaso conheço uma pessoa. A minha prima Andreia sempre que ouve a "Noite Branca" atira-se da janela. Temos de fazer sempre o Natal no rés-do-chão“. “A Andreia não gosta daqueles álbuns, mas não é razão para eles os recolherem”, goza.

“Acho que [uma eventual condenação] era uma catástrofe. Não apenas para quem tem a nossa profissão, mas para cidadãos em geral porque isso faz com que as pessoas percebam que fazer uma critica é ilícito. Se a Joana for condenada, não precisa de ser num milhão de euros, basta ser num, isso significa que aquilo que ela fez — crítica àquela atuação — é ilícito. E portanto toda a gente que já teve ou quer vir a ter o direito de dizer ‘eu não gostei muito disto’, que vá preparar a carteira“, diz ainda.

A locutora da Renascença, Ana Galvão e colega de programa de Joana Marques, também teve a oportunidade de falar à SIC no intervalo do julgamento. Em declarações ao canal referiu que o julgamento "foi muito cómico e valeu a pena vir para dar apoio à colega". "Isto é só uma graçola que a Joana fez", afirmou ainda.

Sobre como receberam a notícia no programa que fazem juntas "As Três da Manhã", refere que nunca acreditou que chegasse a este nível importância e foi "uma surpresa". "O objetivo desta ação é estabelecer como baliza de lei uma ofensa pessoal (...). Do lado da Joana o que ela quer é fazer rir, porque é a profissão dela", acrescentou.

Depois da pausa para almoço quem falou foi Fernando Alvim. Ao sair do tribunal Alvim referiu que: "os Anjos estão muito mais magoados do que lesados. Foi um dia anormal na nossa vivência, com dificuldades técnicas e que foi só um momento numa carreira".

"O que se está a discutir aqui é a liberdade de expressão", garantiu.

Depois de Alvim depor, falou ainda António José Pereira Gomes, legal representante da empresa Senhores do Ar.

No final, a advogada de Joana Marques fez um requerimento para a que a humorista deponha em tribunal. No entanto, a equipa de advogadas de Sérgio e Nelson Rosado logo rebateu pedindo o indeferimento do requerimento que a juíza considerou "oportuno", segundo o Observador.

Finda a terceira sessão do julgamento. A próxima sessão fica marcada para 11 de julho, a poucos dias das férias judiciais. Nessa audiência, que deverá começar às 10h, os trabalhos começam com o depoimento de Pedro Taborda (Tatanka). Segue-se depois a vez de Joana Marques falar finalmente.

O que está em causa?

Em causa está uma situação que remonta ao ano de 2022, quando os Anjos interpretaram o hino nacional, 'A Portuguesa', numa prova do MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve. Pouco depois desse evento, a humorista decidiu fazer uma piada em torno da atuação. “Será que foi para isto que se fez o 25 de Abril?”, escreveu Joana Marques na legenda de um vídeo que partilhou na rede social Instagram e no qual intercalava a atuação dos Anjos com imagens do júri do programa de talentos da SIC “Ídolos”, do qual fazia parte naquela altura.

Com base nos alegados impactos dessas imagens, os irmãos Rosado e duas empresas que os representam exigem uma indemnização de 1 milhão e 118 mil euros.

As primeiras audiências foram agendadas para 17 e 18 de junho, pode recordar o que aconteceu aqui.