Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Benson Boone, não sabemos o que é Moonbeam ice cream, mas já percebemos que sabes cantar

O primeiro cabeça de cartaz a pisar o Palco NOS foi Benson Boone, o menino que, há quatro atrás, descobriu que sabia cantar - e de que maneira.

De t-shirt às riscas e calças boca de sino, e afinadíssimo, como sempre, aqueceu o palco com “Sorry I'm Here for Someone Else”. O pedido de desculpas pela escolha do outfit não tardou, mas afinal, havia mesmo uma boa desculpa para justificar a falta de brilho a que habituou os fãs.

"Tinha preparado um fato com um fecho que mostrava mais pele. Mas decidi ir à praia e apanhar sol durante 30 minutos, e agora pareço uma lagosta", explicou.

Mesmo com um escaldão e um público que ainda estava a 50%, Benson Boone não desiludiu - pelo contrário.

Para aqueles que achavam que iam ver o concerto do novo Justin Bieber , receberam, em vez disso, um Springsteen da Geração Z. Com uma voz rouca, que vai buscar algumas raízes country, misturada com melodias pop, e uma excelente afinação, Benson Boone faz quem o ouve acreditar que já por aqui anda há décadas.

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui

"There She Goes" e "Mr. Electric Blue", que escreveu sobre o pai, foram músicas que se destacaram pela qualidade. Ainda assim, "In The Stars" leva o prémio de melhor momento do concerto. Para este tributo que fez à falecida avó, Benson Boone pediu que baixassem os telemóveis.

"Para aqueles que achavam que iam ver o concerto do novo Justin Bieber , receberam, em vez disso, um Springsteen da Geração Z."

Aparentemente, o pedido foi realizado com sucesso, pois segundo Boone "nunca viu tantos não-telemóveis".

Faltou "Ghost Town" na setlist, mas para compensar este erro crasso, o artista-quase-atleta cumpriu o que a maioria esperava - sim, houve mortais e piruetas.

O primeiro foi em "Slow It Down", seguido por uma pirueta dupla em "Mystical Magic". E mais uma. E mais duas, por aí fora...

Apesar da sua curta carreira, é certo que Benson Boone é uma estrela in the making, e "Beautiful Things", que encerrou o concerto com toda a sua glória, não será o seu único êxito. Talento para isso, pelo menos, não falta.

Benson Boone no NOS Alive
Benson Boone no NOS Alive créditos: Meiline Silva / MadreMedia

Noah Kahan, um homem de poucas palavras e muita música

É difícil subir ao palco depois de Benson Boone, com a sua energia pop contagiante, para tocar baladas vulneráveis e, talvez, não tão juvenis.

Noah Kahan tem um registo muito próprio, e uma setlist com músicas muito similares, que talvez não encaixem na energia que é esperada do palco principal.

O concerto foi aconchegante, é o tipo de música que nos abraça. No entanto, este não é o típico artista que queremos ouvir num festival, mas sim, idealmente, na nossa sala de estar, ao lado da lareira, com uma caneca de café.

Ainda assim, o talento de Noah Kahan é indiscutível.

A sua voz é difícil de caracterizar em palavras, e igualmente difícil de comparar a alguém. O tirolês que utiliza, frequentemente, mostra a qualidade vocal que tem. É daquelas vozes que são inconfundíveis - ouvimos, e sabemos imediatamente quem é.

Tão americano, Noah Kahan leva-nos para o Maine, o Vermont e New England. Leva-nos para o outono, com um som rústico que contrasta lindamente com as suas letras vulneráveis e cruas.

A banda que o acompanha merece, também, todos os créditos, com a violinista, Nina de Vitry, a fazer toda a diferença.

"New Perspective", que contou com um solo de banjo, foi um dos destaques, juntamente com o êxito "Stick Season". Mais uma vez, faltaram músicas que teriam protagonizado momentos incríveis - entre elas, "Strawberry Wine" e "Come Over".

"Noah Kahan leva-nos para o Maine,o Vermont e New England. Leva-nos para o outono, com um som rústico que contrasta lindamente com as suas letras vulneráveis e cruas."

Como era expectável, "Northern Attitude" não precisou de introdução.

Nem Noah Kahan esperava ver tanta gente a cantar esta música. Com certeza, foi irónico ver 60 mil pessoas, num país como Portugal, a cantar sobre ter crescido num clima frio.

"Consigo ver que este vai ser um concerto especial", disse logo no início. E, de facto, foi mesmo.

Noah Kahan no NOS Alive
Noah Kahan no NOS Alive créditos: Meiline Silva / MadreMedia

Iolanda, não foi só a mãe que esteve lá

Enquanto o Palco Heineken transbordava com fãs dos Glass Animals, que para lá correram logo a seguir a Noah Kahan, foi no Palco WTF Clubbing que a portuguesa, Iolanda, prendeu muitos dos por ali passavam.

Com os seus vibratos característicos que nos levam ao fado, misturados com um som pop alternativo, Iolanda superou as expectativas.

O concerto contou, ainda, com a presença de Carolina Deslandes.

Iolanda tem uma excelente presença de palco, repleta de sensualidade e vulnerabilidade, mas acima de tudo, muito carisma e confiança.

No meio da multidão, uma senhora segurava um cartaz, onde se lia "Iolanda, a mãe está aqui". Não foi só a mãe, Iolanda. Estávamos todos, e ainda bem que sim.

Olivia Rodrigo, a princesa da noite

À primeira vista, o Palco NOS parecia demasiado grande para a pequena figura de Olivia Rodrigo. Quem diria que a jovem de 22 anos estava prestes a partir a loiça toda?

Assim que entrou, fez todos os fãs saltar ao som de "obsessed", e logo aí, deu para entender a euforia de quem ficou horas na fila.

Se o pop punk é o novo pop, Olivia Rodrigo fá-lo como ninguém. Traz de volta os anos 2000 de Avril Lavigne, Green Day e Blink-182, com uma estética moderna e uma delicadeza que parte corações - "all american-bitch" é o exemplo perfeito.

Com os seus agudos inacreditáveis, a cantora norte-americana trouxe baladas e hinos de revolta que fizeram os fãs pular, dançar, chorar e, claro, berrar.

Não é nada difícil perceber as razões pelas quais tantas jovens se identificam com as músicas de Olivia Rodrigo. Com uma escrita extravagante e singular, as suas letras exploram os mais variados temas - desde namorados, a padrões de beleza e as inseguranças que vêm com eles, a amigos e inimigos.

"Traz de volta os anos 2000 de Avril Lavigne, Green Day e Blink-182, com uma estética moderna e uma delicadeza que parte corações."

Provavelmente nenhum outro álbum sobre desgostos amorosos, produzido pela Gen-Z, será tão bom quanto "Sour", o primeiro projeto da cantora. De lá saíram temas como "driver's license", "traitor", "happier" e "enough for you", que protagonizaram alguns dos melhores momentos do concerto.

O título de melhor música vai para "favorite crime", que conseguiu tirar o melhor do alcance vocal invulgar da cantora.

"Provavelmente nenhum outro álbum sobre desgostos amorosos, produzido pela Gen-Z, será tão bom quanto "Sour", o primeiro projeto da cantora."

Olivia Rodrigo tem tudo para ser a grande popstar da sua geração, não só graças ao seu talento, mas também ao seu carisma e à simpatia que derrete os fãs.

A coroa do baile do primeiro dia de NOS Alive vai, definitivamente, para Olivia Rodrigo, que fez dela o Passeio Marítimo de Algés.