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Benson Boone, não sabemos o que é Moonbeam ice cream, mas já percebemos que sabes cantar
O primeiro cabeça de cartaz a pisar o Palco NOS foi Benson Boone, o menino que, há quatro atrás, descobriu que sabia cantar - e de que maneira.
De t-shirt às riscas e calças boca de sino, e afinadíssimo, como sempre, aqueceu o palco com “Sorry I'm Here for Someone Else”. O pedido de desculpas pela escolha do outfit não tardou, mas afinal, havia mesmo uma boa desculpa para justificar a falta de brilho a que habituou os fãs.
"Tinha preparado um fato com um fecho que mostrava mais pele. Mas decidi ir à praia e apanhar sol durante 30 minutos, e agora pareço uma lagosta", explicou.
Mesmo com um escaldão e um público que ainda estava a 50%, Benson Boone não desiludiu - pelo contrário.
Para aqueles que achavam que iam ver o concerto do novo Justin Bieber , receberam, em vez disso, um Springsteen da Geração Z. Com uma voz rouca, que vai buscar algumas raízes country, misturada com melodias pop, e uma excelente afinação, Benson Boone faz quem o ouve acreditar que já por aqui anda há décadas.
"There She Goes" e "Mr. Electric Blue", que escreveu sobre o pai, foram músicas que se destacaram pela qualidade. Ainda assim, "In The Stars" leva o prémio de melhor momento do concerto. Para este tributo que fez à falecida avó, Benson Boone pediu que baixassem os telemóveis.
"Para aqueles que achavam que iam ver o concerto do novo Justin Bieber , receberam, em vez disso, um Springsteen da Geração Z."
Aparentemente, o pedido foi realizado com sucesso, pois segundo Boone "nunca viu tantos não-telemóveis".
Faltou "Ghost Town" na setlist, mas para compensar este erro crasso, o artista-quase-atleta cumpriu o que a maioria esperava - sim, houve mortais e piruetas.
O primeiro foi em "Slow It Down", seguido por uma pirueta dupla em "Mystical Magic". E mais uma. E mais duas, por aí fora...
Apesar da sua curta carreira, é certo que Benson Boone é uma estrela in the making, e "Beautiful Things", que encerrou o concerto com toda a sua glória, não será o seu único êxito. Talento para isso, pelo menos, não falta.

Noah Kahan, um homem de poucas palavras e muita música
É difícil subir ao palco depois de Benson Boone, com a sua energia pop contagiante, para tocar baladas vulneráveis e, talvez, não tão juvenis.
Noah Kahan tem um registo muito próprio, e uma setlist com músicas muito similares, que talvez não encaixem na energia que é esperada do palco principal.
O concerto foi aconchegante, é o tipo de música que nos abraça. No entanto, este não é o típico artista que queremos ouvir num festival, mas sim, idealmente, na nossa sala de estar, ao lado da lareira, com uma caneca de café.
Ainda assim, o talento de Noah Kahan é indiscutível.
A sua voz é difícil de caracterizar em palavras, e igualmente difícil de comparar a alguém. O tirolês que utiliza, frequentemente, mostra a qualidade vocal que tem. É daquelas vozes que são inconfundíveis - ouvimos, e sabemos imediatamente quem é.
Tão americano, Noah Kahan leva-nos para o Maine, o Vermont e New England. Leva-nos para o outono, com um som rústico que contrasta lindamente com as suas letras vulneráveis e cruas.
A banda que o acompanha merece, também, todos os créditos, com a violinista, Nina de Vitry, a fazer toda a diferença.
"New Perspective", que contou com um solo de banjo, foi um dos destaques, juntamente com o êxito "Stick Season". Mais uma vez, faltaram músicas que teriam protagonizado momentos incríveis - entre elas, "Strawberry Wine" e "Come Over".
"Noah Kahan leva-nos para o Maine,o Vermont e New England. Leva-nos para o outono, com um som rústico que contrasta lindamente com as suas letras vulneráveis e cruas."
Como era expectável, "Northern Attitude" não precisou de introdução.
Nem Noah Kahan esperava ver tanta gente a cantar esta música. Com certeza, foi irónico ver 60 mil pessoas, num país como Portugal, a cantar sobre ter crescido num clima frio.
"Consigo ver que este vai ser um concerto especial", disse logo no início. E, de facto, foi mesmo.

Iolanda, não foi só a mãe que esteve lá
Enquanto o Palco Heineken transbordava com fãs dos Glass Animals, que para lá correram logo a seguir a Noah Kahan, foi no Palco WTF Clubbing que a portuguesa, Iolanda, prendeu muitos dos por ali passavam.
Com os seus vibratos característicos que nos levam ao fado, misturados com um som pop alternativo, Iolanda superou as expectativas.
O concerto contou, ainda, com a presença de Carolina Deslandes.
Iolanda tem uma excelente presença de palco, repleta de sensualidade e vulnerabilidade, mas acima de tudo, muito carisma e confiança.
No meio da multidão, uma senhora segurava um cartaz, onde se lia "Iolanda, a mãe está aqui". Não foi só a mãe, Iolanda. Estávamos todos, e ainda bem que sim.
Olivia Rodrigo, a princesa da noite
À primeira vista, o Palco NOS parecia demasiado grande para a pequena figura de Olivia Rodrigo. Quem diria que a jovem de 22 anos estava prestes a partir a loiça toda?
Assim que entrou, fez todos os fãs saltar ao som de "obsessed", e logo aí, deu para entender a euforia de quem ficou horas na fila.
Se o pop punk é o novo pop, Olivia Rodrigo fá-lo como ninguém. Traz de volta os anos 2000 de Avril Lavigne, Green Day e Blink-182, com uma estética moderna e uma delicadeza que parte corações - "all american-bitch" é o exemplo perfeito.
Com os seus agudos inacreditáveis, a cantora norte-americana trouxe baladas e hinos de revolta que fizeram os fãs pular, dançar, chorar e, claro, berrar.
Não é nada difícil perceber as razões pelas quais tantas jovens se identificam com as músicas de Olivia Rodrigo. Com uma escrita extravagante e singular, as suas letras exploram os mais variados temas - desde namorados, a padrões de beleza e as inseguranças que vêm com eles, a amigos e inimigos.
"Traz de volta os anos 2000 de Avril Lavigne, Green Day e Blink-182, com uma estética moderna e uma delicadeza que parte corações."
Provavelmente nenhum outro álbum sobre desgostos amorosos, produzido pela Gen-Z, será tão bom quanto "Sour", o primeiro projeto da cantora. De lá saíram temas como "driver's license", "traitor", "happier" e "enough for you", que protagonizaram alguns dos melhores momentos do concerto.
O título de melhor música vai para "favorite crime", que conseguiu tirar o melhor do alcance vocal invulgar da cantora.
"Provavelmente nenhum outro álbum sobre desgostos amorosos, produzido pela Gen-Z, será tão bom quanto "Sour", o primeiro projeto da cantora."
Olivia Rodrigo tem tudo para ser a grande popstar da sua geração, não só graças ao seu talento, mas também ao seu carisma e à simpatia que derrete os fãs.
A coroa do baile do primeiro dia de NOS Alive vai, definitivamente, para Olivia Rodrigo, que fez dela o Passeio Marítimo de Algés.
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