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Em comunicado, divulgado pelo CM, onde cita a agência Lusa, a IGAS explicou que o processo visa verificar se foram cumpridas as regras de acumulação de funções e de remuneração pelo desempenho de atividade clínica assistencial, bem como assegurar a ausência de conflitos de interesse durante o exercício do cargo.

Além destes aspetos, a nota da IGAS adianta que a investigação abrange “atividade cirúrgica realizada em produção adicional na ULSGE”, sem revelar valores específicos. No início de novembro, o jornal Observador noticiou, com base num relatório não divulgado publicamente, que Rui Guimarães terá recebido quase 60 mil euros em cirurgias extra, ultrapassando em vários meses o limite legal de 50% do vencimento-base.

A IGAS informa que a instrução do processo decorreu entre 11 de junho e 17 de outubro de 2025 e que já foi remetido para a ULSGE para contraditório institucional, assim como para vários responsáveis da unidade hospitalar. O processo será posteriormente enviado ao gabinete da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Contactado pela agência Lusa, Rui Guimarães, atualmente médico anestesista no Hospital de Barcelos, lamentou ter tomado conhecimento da inspeção através da comunicação social, afirmando ser “inaceitável” a fuga de informação que, segundo ele, “atinge o meu nome, reputação e honra”.

Em resposta escrita, enviada à Lusa, o ex-presidente da ULSGE defendeu que dispõe de autorização excecional para o exercício de atividade médica assistencial remunerada no hospital de Gaia/Espinho e afirmou que, mesmo considerando os valores em questão, “o limite de 50% da remuneração foi respeitado”, garantindo que a remuneração recebida durante o exercício de funções de gestão foi inferior a 30% do rendimento obtido.

Rui Guimarães foi nomeado diretor clínico do Hospital de Barcelos durante o governo de Pedro Passos Coelho e tomou posse na ULSGE em 2019, durante o primeiro mandato de António Costa, permanecendo no cargo até fevereiro deste ano, quando foi substituído por Luís Matos, até então responsável pelo Hospital da Prelada da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

No relatório do IGAS, ao qual o Observador teve acesso, ficaram a conhecer-se mais pagamentos indevidos no Hospital de Santa Maria. Dois médicos internos, Diogo de Sousa e Lanyu Sun, receberam mais de 200 mil euros cada em apenas dois anos, concentrando a maior parte destes valores em 2024, ano em que a despesa com cirurgias adicionais disparou para cerca de 712 mil euros.

Relatório da IGAS revela mais pagamentos indevidos a dermatologistas do Santa Maria
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