O grupo no poder neste território palestiniano afirmou em comunicado que havia entregue "a sua resposta aos mediadores, e ela é positiva".

"O movimento está pronto para começar imediatamente e seriamente um ciclo de negociações sobre o mecanismo de aplicação desse quadro", acrescentou.

O anúncio do Hamas ocorre antes de uma visita marcada para esta segunda em Washington do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo uma fonte palestiniana próxima das discussões, a proposta "compreende uma trégua de 60 dias" durante a qual o Hamas libertaria metade dos reféns israelitas ainda vivos em troca da libertação de presos palestinianos detidos por Israel.

A Jihad Islâmica, o principal movimento palestiniano aliado do Hamas contra Israel na guerra em Gaza, disse que apoia as negociações, e pede "garantias".

Em comunicado, este movimento disse que havia apresentado ao Hamas algumas questões sobre o mecanismo de aplicação da proposta dos Estados Unidos e pedia "garantias suplementares".

Dezenas de mortos em Gaza

As manobras diplomáticas não colocam travão nas hostilidades no pequeno território, que enfrenta uma grave crise humanitária e com quase toda a população deslocada pela guerra.

O exército israelita prosseguiu nesta sexta com a sua ofensiva que, segundo a Defesa Civil de Gaza, deixou 52 mortos durante o dia, entre eles 11 que estavam próximos de locais de distribuição de ajuda humanitária.

Conforme declarou a ONU nesta sexta-feira, 613 pessoas morreram durante a distribuição de ajuda na Faixa desde o fim de maio, 509 delas perto das instalações da polémica Fundação Humanitária de Gaza (GHF).

Esta organização apoiada por Estados Unidos e Israel começou a distribuir alimentos neste território em 26 de maio, depois de mais de dois meses de bloqueio israelita à entrada de toda a ajuda humanitária.

As distribuições da GHF deram lugar a cenas caóticas, com o exército israelita a disparar em várias ocasiões numa tentativa de conter centenas de palestinianos desesperados.

A ONU e as principais organizações de ajuda recusaram-se a trabalhar com a GHF, alegando que ela serve os objetivos militares israelitas e viola princípios humanitários básicos. A GHF, por sua vez, nega que tenham ocorrido incidentes "perto" das suas instalações.

Pelo menos 57.268 palestinianos morreram na ofensiva israelita em Gaza, sobretudo civis, segundo o Ministério da Saúde deste território, estatísticas que a ONU considera confiáveis.