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Em declarações exclusivas à Antena 1, a governante afirmou que “a ameaça desta greve geral é reveladora da intenção da UGT de romper as negociações”, sublinhando que o Executivo continua empenhado no diálogo com as estruturas sindicais no âmbito do anteprojeto Trabalho XXI.
Apesar da tensão crescente, Rosário Palma Ramalho garantiu que “mesmo assim, o Governo mantém o empenho no diálogo com os parceiros que desde o início vem mostrando na negociação do anteprojeto Trabalho XXI”. A ministra assinalou ainda que a paralisação “foi aprovada pela UGT quando já está marcada uma nova reunião bilateral para a próxima quarta-feira”.
Reforçou também que o Executivo continuará disponível para negociar enquanto a central sindical não formalizar uma rutura: “Os portugueses não querem uma greve geral, por isso, da parte do Governo, a negociação prosseguirá até que a UGT concretize a sua intenção de rutura”.
UGT diz que foi “obrigada” a convocar greve
A UGT decidiu esta quinta-feira, em Conselho Geral, avançar para uma greve geral a 11 de dezembro de 2025. A central sindical justificou a decisão afirmando que a paralisação é “contra uma reforma laboral que não pode avançar, contra um ataque sem precedentes aos trabalhadores e sindicatos, contra a indiferença face aos problemas reais dos portugueses e contra o simulacro negocial”.
O secretário-geral da UGT, Mário Mourão, declarou que “a UGT não quer fazer uma greve. Há sempre impactos nos rendimentos dos trabalhadores”, mas defendeu que “somos obrigados a fazê-lo”, uma vez que “quando não funciona o diálogo e a negociação, a rua é o espaço que nos resta para fazer valer as nossas propostas”.
Realçou que a paralisação não representa uma rutura definitiva: “Não é o fecho nem a rutura com a continuação do diálogo, é apenas o momento em que foi preciso outras decisões para desbloquear o impasse que consideramos que existe ao nível da negociação no âmbito da concertação social”.
Mourão acrescentou que, após o anúncio inicial da greve, "surgiu uma nova proposta" por parte do Governo sobre a reforma laboral, mas considerou que é "muito pouco" para justificar o cancelamento da paralisação.
Governo insiste que mantém “as portas abertas”
A decisão da UGT motivou também uma reação do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que defendeu que a paralisação não corresponde às expectativas dos cidadãos. O ministro afirmou que “nós estamos no princípio, de portas abertas, e não é apenas de portas e de braços abertos: é numa atitude de procura e aproximação”.
Sublinhou ainda que o Governo não pretende contribuir para o agravamento das tensões: “Por isso não vamos escalar a linguagem neste momento, em que há decisões a tomar da parte dos sindicatos”.
Sem pré-aviso de greve ainda emitido, Leitão Amaro manifestou esperança de que a paralisação possa não se concretizar: “Não há sequer pré-avisos e nós esperamos que não venham a existir, porque os portugueses não compreendem e não querem esta greve. Os portugueses querem que o diálogo aconteça e avance”.
O ministro deixou ainda uma crítica direta aos impactos da paralisação: "Perguntaram-me a quem é que serve esta greve, eu garanto-vos a quem é que não serve: aos portugueses, que vão ficar apeados na estação de comboio, que vão ficar apeados à porta de serviços públicos, que querem trabalhar e não conseguem, que querem deixar os filhos para aprender e não conseguem".
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