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Recorde-se que ontem à entrada do tribunal, Joana Marques, com ironia, comentou que "o tempo do tribunal podia ser aproveitado para coisas melhores", e reconheceu que ambos os lados estão desiludidos com o facto de a discussão se ter arrastado até aqui. No entanto, brinca com o facto de não perceber a razão da sua acusação, nem o que levou o grupo a apresentar queixa.

Joana Marques revelou ainda estar interessada em ouvir o julgamento e ter "curiosidade para descobrir as coisas graves que se passaram, porque ainda não percebi".

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A advogada da banda pediu que o julgamento fosse à porta fechada, pedido que foi negado pela juíza.

Esta manhã já falou o maestro Nuno Feist, o diretor técnico de empresa de broadcast Media Pro International e pai de Sérgio e Nelson, Sérgio Antunes, João Pedro Ferreira, editor de imagem, Pedro Miguel Ferreira Duque, gestor de empresas e Bruno Carvalho, empresário na área do desporto e construção.

O que se passou ontem?

No dia de ontem o cantor Nélson Rosado foi o primeiro a prestar depoimento e disse na sala do Juízo Central Cível de Lisboa que o grupo recebeu “ameaças de grupos nacionalistas”.

“Fomos obrigados a contratar segurança privada para estar à paisana no meio do público”, explicou.

Nélson Rosado sublinhou também que a dupla musical ainda continua a receber mensagens de ódio por causa do vídeo em questão.

“O vídeo não é uma reprodução daquilo que foi feito, mas sim um vídeo novo, porque cortou partes daquilo que foi a nossa interpretação. (…) A ré cortou partes, há uma parte muito significativa da letra, que é o ‘levantai hoje de novo’, que foi cortada no vídeo da ré”, acrescentou Nelson Rosado.

“Somos acusados de assassinar o hino. Nós não nos enganámos no hino e muito menos somos assassinos”, disse o cantor, considerando ainda que o vídeo teve como objetivo ridicularizar os artistas e que teve como efeito o cancelamento de 11 concertos.

Além da “onda de ódio”, revelou o artista, a dupla diz ainda:“Fomos obrigados a contratar segurança privada para estar à paisana no meio do público” durante os concertos, explicou Nelson. Interpelado pela juíza para que especificasse as ditas mensagens de ameaça, Nelson Rosado aludiu a uma mensagem que falava numa “joaninha”, escusando-se a mais detalhes para não reproduzir “alguns impropérios”.

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O músico diz que nesses tempos não conseguia dormir. Começou por fazer medicação natural, que “não ajudou muito”, e por isso acabou por recorrer à psiquiatria e tomou “durante seis, sete meses medicação já clínica”.

O irmão Sérgio Rosado alegou consequências psicológicas com o episódio da disseminação do vídeo, que soma milhares de visualizações. O cantor diz que teve uma “crise de acne” provocada pelo stress, relembrando que para um artista “a imagem é super importante”. “Fiquei com marcas”, apontou em tribunal, notando que “atenuar” é “difícil”. “Felizmente tenho a barba crescida para poder tapar as marcas.”

O membro da banda disse ainda que o desporto foi parte essencial do processo e que “para não entrar uma depressão” decidiu “fazer uma prova de triatlo”.

O que está em causa?

Em causa está uma situação que remonta ao ano de 2022, quando os Anjos interpretaram o hino nacional, 'A Portuguesa', numa prova do MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve. Pouco depois desse evento, a humorista decidiu fazer uma piada em torno da atuação. “Será que foi para isto que se fez o 25 de Abril?”, escreveu Joana Marques na legenda de um vídeo que partilhou na rede social Instagram e no qual intercalava a atuação dos Anjos com imagens do júri do programa de talentos da SIC “Ídolos”, do qual fazia parte naquela altura.

Com base nos alegados impactos dessas imagens, os irmãos Rosado e duas empresas que os representam exigem uma indemnização de 1 milhão e 118 mil euros.

As primeiras audiências foram agendadas para 17 e 18 de junho. Ontem foi confirmado que será necessário mais uma sessão no dia 30 de junho, segunda-feira, altura em que serão ouvidas três testemunhas a favor de Joana Marques, entre elas o humorista Ricardo Araújo Pereira e o radialista Fernando Alvim, segundo o jornal Observador.