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Entre as 22h00 e a 01h00, drones foram detetados nas zonas de Aalborg, Esbjerg, Sønderborg e Skrydstrup, esta última, uma base aérea onde estão estacionados caças da força aérea dinamarquesa. Billund, o segundo maior aeroporto do país, também encerrou o espaço aéreo por cerca de uma hora, sem fornecer detalhes, remetendo quaisquer esclarecimentos para as autoridades nacionais.

Este novo episódio ocorre apenas dois dias após o aeroporto de Copenhaga ter sido encerrado devido à presença de três drones na área. O ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, afirmou em conferência de imprensa que os indícios apontam para uma operação coordenada e sofisticada. “Tudo indica que estamos perante a acção de um agente profissional. É claramente uma ofensiva de natureza híbrida, com o uso coordenado de diferentes tipos de drones”, afirmou, citado pelo The Guardian.

Poulsen revelou ainda que o Governo dinamarquês pondera, pela primeira vez, acionar o artigo 4.º da NATO, o qual prevê consultas entre membros da aliança quando um país sente que a sua segurança está ameaçada. A Dinamarca já entrou em contacto com a NATO, e a primeira-ministra Mette Frederiksen confirmou, através da rede X (antigo Twitter), ter discutido o assunto com o secretário-geral Mark Rutte.

A ministra classificou o incidente que levou ao encerramento do aeroporto de Copenhaga como “o ataque mais grave até hoje contra infraestruturas críticas no país”. Apesar de ainda não haver confirmações sobre a autoria, Frederiksen admitiu não poder excluir a possibilidade de envolvimento russo. A embaixada da Rússia em Copenhaga rejeitou quaisquer acusações, classificando-as como “absurdas” e afirmando tratar-se de uma provocação encenada para alimentar tensões.

O ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, apontou o objetivo destas incursões como sendo “criar medo e divisão na sociedade”. Anunciou ainda que o Governo estuda alterações legislativas que permitam a operadores de infraestruturas críticas neutralizar drones, incluindo a possibilidade de os abater.

Especialistas em tecnologia militar admitem que os drones podem ter sido lançados de curta distância, possivelmente dentro do próprio território dinamarquês ou da Alemanha, mas não excluem a hipótese de estarem a ser operados remotamente, inclusive a partir do estrangeiro. Alguns modelos, segundo referem, podem evitar detecção ao voar próximo ao solo e utilizar redes móveis como o 5G para manter ligação com o operador.

Segundo a polícia nacional, os avistamentos da noite de quarta-feira seguiram um padrão semelhante ao registado em Copenhaga no início da semana. No aeroporto de Aalborg, foram avistados vários drones com luzes ativas pouco antes das 22h00, tendo alguns permanecido no espaço aéreo até depois da meia-noite.

Entretanto, o comité nacional de operações foi novamente ativado, pela a segunda vez numa só semana, e o nível de alerta elevado.

Incidentes semelhantes foram registados recentemente na Polónia, Roménia e Noruega. Também na quarta-feira à noite, a polícia norueguesa apreendeu um drone que terá sobrevoado a zona restrita do aeroporto de Oslo, encerrado temporariamente. As autoridades escandinavas não confirmaram ainda se os casos estão relacionados, mas avançam que “o risco de ataques híbridos veio para ficar”, concluiu Hummelgaard.

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