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“É verdade, os países têm de arranjar o dinheiro [para investir]. Não é fácil, são necessárias decisões políticas, reconheço isso. Em simultâneo, há a convicção absoluta de que, dada a ameaça apresentada pela Rússia, dada a situação internacional securitária, não há alternativa”, disse Mark Rutte, à entrada para a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Haia, nos Países Baixos.

O secretário-geral da NATO reconheceu que ainda há nove países que só alcançarão os 2% de investimento do PIB em defesa no final de 2025, mas rejeitou que a recusa de Espanha em ir além desta percentagem quebre a unidade da organização político-militar.

“Não estou preocupado com isso. Claro que é uma decisão difícil, mas vamos ser honestos: os políticos têm de fazer escolhas na escassez”, comentou.

Os chefes de Estado e de Governo dos 32 países que compõem a NATO encontram-se hoje em Haia para firmar um acordo de investimento para a próxima década, em princípio, que deverá fixar a meta de dedicar 5% do PIB à defesa (3,5% de investimento direto e 1,5% em projetos civis que também podem ter uma utilização militar).

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse no fim de semana que não iria além de 2,1% do PIB, mas Mark Rutte considerou que não há isenções de qualquer país.

Montenegro está presente na cimeira

O primeiro-ministro assegurou hoje que Portugal está preparado para as assumir as conclusões que saiam da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que “marca uma nova fase” da Aliança Atlântica pelos novos compromissos com gastos em Defesa.

“Portugal está preparado para ser parte de uma cimeira que marca uma nova fase, que garante a unidade da Aliança Atlântica, que garante a solidariedade entre Europa, os Estados Unidos, o Canadá”, disse Luís Montenegro em declarações aos jornalistas portugueses na cidade holandesa de Haia, onde decorre hoje o segundo e último dia da cimeira da NATO.

“[A aposta na área da Defesa] garante que nós, em conjunto, poderemos continuar a assegurar aos nossos cidadãos que os seus direitos, liberdades e garantias estão salvaguardados, que podemos ter as nossas democracias a funcionar e que podemos ter uma capacidade coletiva de enfrentarmos as ameaças que pairam sobre nós a vários níveis, não só do ponto de vista territorial, mas também do ponto de vista tecnológico”, elencou o chefe de Governo, sublinhando a necessidade de “solidariedade” entre os aliados.

“Todos teremos de fazer um esforço”, adiantou Luís Montenegro.

O primeiro-ministro português, mostrou estar satisfeito com o "investimento na área da defesa, com maior capacidade de dissuasão de ameaças e defesa do espaço territorial", respeitando a saúde financeira do país.

Fala do "comprometimento com os novos grandes desafios" do mundo em conflito, e da necessidade de encontrar um "equilíbrio".

"Acompanharemos esse esforço e o encargo de atingir 2% na área da defesa este ano", reforça. Para os próximos 10 anos, Portugal procurará aumentar o investimento para 3,5% do produto, entrando numa nova "etapa de desenvolvimento". Não assegura, no entanto, os 5% que Trump ambiciona e garante para os 32 países-membro.

Para terminar, Montenegro reforça aos jornalistas a vontade de preservar a "paz coma Ucrânia e com a Europa".

Donald Trump e Mark Rutte chegaram a Haia

O presidente americano, uma das principais figuras desta cimeira, chega a Haia com vontade de reforçar o investimento em defesa, desafiando os países a atingir a meta de reforço de 5% do PIB para a defesa.

Mark Rutte, secretário-geral para a defesa, volta a congratular Trump pelo sucesso do ataque no Irão e garante que esse investimento vai mesmo acontecer.