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Existem mais de 100 espécies diferentes destas aranhas, um número muito superior ao habitual em outros animais, que normalmente não ultrapassam uma dezena. Segundo investigadores do Instituto Sanger, parte da explicação poderá estar nesse ADN pouco compreendido, que não codifica genes, mas pode desempenhar um papel crucial na evolução e adaptação rápida das espécies.

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“Estamos interessados em perceber como é que as aranhas evoluem para se tornarem tão diversas”, afirmou Jonah Walker, investigador do Sanger Institute, à BBC News.

As aranhas dançarinas são do tamanho de uma cabeça de alfinete e os machos distinguem-se pelos padrões coloridos no abdómen, que exibem em danças rituais acompanhadas por sons rítmicos criados com as patas. Cada espécie apresenta cores, movimentos e “canções” distintos, algo que os cientistas estão a relacionar com variações genéticas.

Walker e a sua equipa, liderada por Joana Meier, catalogaram todas as espécies conhecidas, registando comportamentos e sequências de movimentos, para depois cruzarem essas informações com a análise genética. Os primeiros resultados sugerem que a chave da diversidade poderá não estar apenas nos genes, mas nas regiões intermédias do ADN, até agora pouco estudadas.

Segundo a BBC, as aranhas dançarinas têm três vezes mais “ADN oculto” do que os humanos. Esse fator pode ser determinante para a enorme variação observada e também pode ser importante para desvendar os mecanismos de evolução de outras espécies, incluindo borboletas e mariposas — que também apresentam uma elevada diversidade.

Este trabalho integra o Earth BioGenome Project, uma das iniciativas científicas mais ambiciosas de sempre, que pretende decifrar o código genético de todos os 1,8 milhões de animais, plantas e fungos conhecidos no planeta ao longo da próxima década. Até agora, já foram sequenciados 3.000 genomas.

“Ao compreender o ADN de diferentes organismos, aprendemos os princípios gerais de como os genes funcionam e qual o papel do ADN oculto. Isso também nos ajuda a saber mais sobre nós próprios”, explicou a investigadora Joana Meier à BBC.