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Israel anunciou esta sexta-feira que vai autorizar novamente o lançamento de ajuda humanitária por via aérea sobre a Faixa de Gaza, numa operação coordenada com a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos. A medida marca um novo esforço de resposta à grave crise humanitária no território palestiniano, depois do colapso das negociações para um cessar-fogo e do afastamento dos Estados Unidos dessas conversações.

A confirmação foi dada por um alto responsável das Forças de Defesa de Israel (IDF), citado pela Sky News, que afirmou que “a partir de hoje, Israel vai permitir que países estrangeiros entrem em Gaza com ajuda de paraquedas”. Esta autorização renova os esforços já levados a cabo em 2023 por ambos os países árabes.

Primeiros lançamentos podem acontecer ainda hoje

Segundo o Times of Israel, a Jordânia deverá realizar o primeiro lançamento nas próximas horas. As operações estão a ser conduzidas em estreita coordenação com as IDF, através do Coordenador das Atividades Governamentais nos Territórios de Israel.

Já foi também confirmada a reativação das cozinhas comunitárias da organização humanitária World Central Kitchen (WCK), que suspendeu a atividade depois dee um ataque fatal que vitimou sete dos seus voluntários, incluindo cidadãos estrangeiros.

Ajuda aérea é uma solução de emergência, mas insuficiente

Apesar de positiva, a ajuda humanitária lançada por via aérea é limitada na quantidade de bens que consegue distribuir e na precisão com que chega às populações mais vulneráveis.

A ONU e várias ONG têm insistido que a única forma eficaz de travar a catástrofe humanitária em Gaza passa por um cessar-fogo sustentado, o levantamento dos bloqueios e o acesso pleno e seguro de comboios humanitários por terra.

Enquanto isso não acontece, operações como esta assumem um papel essencial para salvar vidas, mesmo que sejam apenas um paliativo numa emergência humanitária cada vez mais dramática.

A ajuda chega num momento crítico

A decisão surge num momento de forte agravamento da crise humanitária em Gaza, onde a escassez de alimentos, medicamentos e bens essenciais se tornou extrema. Esta sexta-feira, a UNICEF alertou que os alimentos terapêuticos destinados a tratar crianças desnutridas estão praticamente esgotados. Salim Oweis, porta-voz da agência na Jordânia, avisou que os stocks disponíveis deverão acabar por completo até meados de agosto, deixando milhares de crianças em risco de vida.

“Estamos a viver uma situação terrível”, afirmou, citada. pelo Observador. Segundo a UNICEF, os alimentos terapêuticos existentes chegam apenas para tratar 3.000 crianças, quando, só nas duas primeiras semanas de julho, mais de 5.000 precisaram de ajuda nutricional urgente.

Trump manifesta desilusão após conversa com Netanyahu

O ex-presidente norte-americano Donald Trump revelou ter falado com Benjamin Netanyahu antes do anúncio do lançamento aéreo de ajuda humanitária. Sem detalhar o teor da conversa, Trump afirmou sentir-se “dececionado” com a forma como o conflito está a ser gerido por Israel, embora tenha prometido “fazer mais” para apoiar a ajuda a Gaza.

“O problema é que, quando restarem apenas os últimos reféns, será muito difícil para o Hamas fazer um acordo, perdem o escudo”, declarou Trump, reconhecendo que a situação dos reféns está a tornar-se cada vez mais delicada. Sublinhou ainda que os seus esforços passados permitiram a libertação de pessoas e a recuperação de corpos de vítimas pedida por muitas famílias.

Para Truump, o que Macron diz "não interessa", e o facto de França reconhecer o Estado da Palestina não significa nada. Portugal também não se sente pressionado a tomar nenhuma decisão.

Pressão internacional sobre Israel aumenta

No entanto, a opinião pública internacional continua a reagir com indignação ao prolongamento do conflito e à crise humanitária em Gaza. Em Portugal, mais de 32 mil pessoas assinaram uma petição lançada esta semana, exigindo ao Governo que reconheça “o genocídio em Gaza” e pressione Israel a permitir a entrada plena de ajuda humanitária no enclave.

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A petição foi dirigida ao presidente da Assembleia da República e recolheu, em poucas horas, mais do que o número necessário para ser discutida em plenário. Entre os signatários encontram-se mais de 120 personalidades ligadas ao mundo da Cultura, que apelam a uma atuação mais firme de Portugal “na promoção da paz e na defesa dos Direitos Humanos”.