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Sete anos depois de “Sua Excelência, de Corpo Presente” — o último romance que apresentou em Angola — Pepetela regressa aos leitores angolanos com “Tudo Está Ligado”, publicado pela Kacimbo, a editora fundada e dirigida por Ondjaki, também ele um premiado autor angolano.

“É um livro muito bonito, já saiu em Portugal. Tínhamos o livro pronto desde outubro, mas não tínhamos as condições financeiras. Está tudo muito complicado neste nosso mundo editorial,” contou Ondjaki à Lusa, revelando os desafios que a publicação enfrentou.

No novo romance, “Pepetela serve-se dos olhos das mulheres e dos mais velhos, do faro dos bichos — um gato e um cão — e leva-nos a embarcar numa história que chega aos começos do Reino de Tchiaka”, resume o editor.

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O autor “transporta-nos a belíssimas paisagens, passa por Benguela, pelo Dombe Grande, que o autor persegue de memória, reinventa com brandura, mas também estamos perto das convicções de uma mulher moderna que busca aliar as suas prioridades afetivas a um chamamento de vozes muito antigas”, acrescentou.

Ondjaki descreve o livro como um romance “sinuoso, onde elementos do quotidiano — a conversa, a solidão, as vizinhas, a velhice, os humores, as ternuras, até mesmo o erotismo e as amizades — tudo isso é elevado a um altíssimo nível literário, como se num sopro nos levasse pela mão e Benguela e também Pepetela nos recebesse de braços abertos”.

Essa é uma das características da literatura de Pepetela, continuou.

“Ele leva-nos para uma viagem, somos levados pelo livro, pelas histórias e pelos personagens — e voltamos diferentes à nossa vida do dia a dia,” concluiu o editor.

Pepetela é o pseudónimo de Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, autor de romances icónicos como “Mayombe”, “A Geração da Utopia” ou “Jaime Bunda, Agente Secreto”.

Reconhecido com o Prémio Camões em 1997, é considerado um dos nomes maiores da literatura lusófona.