
O cartaz com a frase "chega de omissão, xenofobia não" e gritos a exigir que o reitor da universidade atue contra o conselheiro geral Helder de Sousa Semedo resumiam as exigências dos manifestantes.
Identificado no manifesto lido durante o protesto e entregue aos jornalistas, o conselheiro, também aluno da Faculdade de Direito, é já visado num processo disciplinar aberto pela instituição de ensino superior, como a agência Lusa já noticiou, por alegados comentários discriminatórios contra estudantes brasileiros.
Os comentários aconteceram durante uma reunião geral de alunos (RGA), em 20 de abril, estando referidos na ata dessa reunião, e o protesto de hoje foi "sobretudo contra os órgãos estudantis", que acusam de imobilismo, e "não tanto contra a instituição", referiu em declarações à Lusa Alessandro Ayres, um dos organizadores da manifestação.
Numa RGA posterior foi aprovada uma nota de repúdio aos alegados atos discriminatórios, que "até hoje não foi publicitada", denunciou o estudante, um dos cerca de 1.200 de nacionalidade brasileira que frequentem a Faculdade de Direito de Lisboa.
Além disso, o aluno e conselheiro acusado de comentários xenófobos estava hoje a presidir à mesa de voto nas eleições que decorriam para o senado e conselho geral.
"É indigno" e denota que há "conivência" das instituições, considerou Vitor Andrade André, um dos senadores da Universidade de Lisboa, que participou no protesto, exigindo "um processo sério" contra Helder de Sousa Semedo.
O presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito, Pedro Fortuna, recebido inicialmente com vaias dos manifestantes, explicou que "o facto de ele estar na mesa (de voto) é responsabilidade da reitoria" da Universidade de Lisboa.
O órgão representativo dos estudantes, garantiu Pedro Fortuna, irá publicitar a nota de repúdio aprovada em RGA, mas antes, referiu, há aspetos a "acautelar para que não haja prejuízo contra a associação".
ANP // LFS
Lusa/fim
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