Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Na conferência de imprensa conjunta com Micheál Martin, Zelensky afirmou que não há soluções simples para a paz e sublinhou que “nada sobre a Ucrânia deve ser decidido sem a Ucrânia”. Defendeu a necessidade de garantir a segurança do seu país e de encerrar a guerra de forma que a Rússia não volte a atacar num ano. Destacou que o progresso para a paz dependerá das negociações entre os Estados Unidos e a Rússia e que as próximas etapas só poderão avançar após essas conversações. Zelensky pediu a transferência dos ativos russos congelados para apoiar a defesa e reconstrução da Ucrânia, afirmando que isso beneficiaria não só a Ucrânia, mas também os seus parceiros, e agradeceu à Irlanda pelo respeito demonstrado ao seu povo.

O Presidente ucraniano considerou que, “agora mais do que nunca, há uma oportunidade de acabar com esta guerra”, mas reconheceu que alguns aspetos do plano de paz ainda precisam de ser definidos. Zelensky reafirmou também a ambição da Ucrânia de se candidatar à União Europeia nos próximos cinco anos.

Micheál Martin reforçou que a Rússia “nunca deve ser deixada vencer” e destacou a indiferença de Putin perante o direito internacional, sublinhando a importância da lei internacional para a segurança de países pequenos como a Irlanda. Micheál Martin anunciou ainda a assinatura de um acordo de parceria com a Ucrânia para aumentar o apoio internacional ao país.

No final da conferência de imprensa, Zelensky destacou que os pontos mais sensíveis das negociações de paz estão relacionados com território, ativos russos congelados na Europa e garantias de segurança fortes, tanto dos EUA como da Europa. Referiu ainda que aguardará os resultados da reunião de Witkoff com Putin e só avançará com encontros diretos se sentir que há diálogo real e concreto, não apenas palavras.

Enquanto Zelensky está fora, a cidade estratégica de Pokrovsk, na região de Donetsk, continua a ser palco de combates intensos. A Ucrânia nega que a cidade tenha sido capturada pela Rússia, considerando as tentativas de “plantar bandeiras” como propaganda, enquanto especialistas indicam que a Rússia controla parcialmente a cidade, mas zonas permanecem indefinidas. Zelensky acusou Moscovo de usar as negociações como forma de enfraquecer sanções internacionais.

Paralelamente, uma delegação norte-americana, incluindo Jared Kushner e Steve Witkoff, reuniu-se com Vladimir Putin em Moscovo para discutir uma proposta de paz de 28 pontos, inicialmente vista como favorável à Rússia. Putin tem mostrado pouca vontade de comprometer-se, acreditando que a Rússia pode ditar os termos devido aos avanços militares, e exige ainda que a Ucrânia nunca se junte à NATO e aceite limites no tamanho do seu exército. Zelensky considerou os esforços diplomáticos construtivos, mas salientou que ainda existem questões difíceis a resolver, sublinhando que o sucesso da paz depende da cooperação internacional, da manutenção das sanções e do apoio de aliados como os EUA e a UE.