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A exposição “Palpitações Óticas / 3 espasmos musculares”, presente na Galeria Júlio e Centro de Estudos Júlio/Saúl Dias, em Vila do Conde, prolonga-se até dia 28 de setembro. O ciclo expositivo já teve dois momentos anteriores com a performance art (forma de expressão artística muitas vezes envolvendo o corpo do artista) de três artistas - Sónia Baptista, Carla Cruz e Gaya de Medeiros. Neste terceiro e último ciclo reúnem-se cerca de 40 desenhos de Júlio Maria dos Reis Pereira, a tinta-da-china sobre papel, "que revelam uma faceta menos conhecida, mas profundamente reveladora da visão crítica e mordaz do artista sobre a sociedade do seu tempo", segundo divulgado em nota às redações.

As obras retratam "cenas da boémia urbana - cafés, teatros, prostíbulos" com figuras caricaturais, tanto masculinas como femininas, "colocadas em ambientes de marginalidade, ironia e observação atenta do comportamento social".

Ciclo expositivo dedicado à obra de Júlio Maria dos Reis Pereira.
Ciclo expositivo dedicado à obra de Júlio Maria dos Reis Pereira. créditos: CM VILA DO CONDE

O conjunto de artes foi selecionado do espólio do artista que conta com mais de 6.000 desenhos, conservados no Centro de Estudos Júlio/Saúl Dias, e "integra-se numa linha de investigação crítica sobre o corpo, o olhar e os gestos desviantes, num diálogo com a performance arte".

A exposição inclui uma das suas obras emblemáticas , “Noturno” (1929), que em 2018 esteve presente no Museu Reina Sofia, em Madrid, por conta da exposição internacional “Pessoa. Toda a arte é uma forma de literatura”.

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O curador Juan Luis Toboso revela que a seleção de desenhos pretende criar “uma conexão temporal entre os desenhos de Júlio ligados a representações da boémia, cafés, pessoas e personagens, burocratas, prostitutas e algumas relações com os ambientes boémios e noturnos dos cafés na Alemanha dos anos 20, 30, 40".  O evento é acompanhado com textos críticos inéditos de Juan Luis Toboso e de Bernardo Pinto de Almeida.

O pintor e poeta é natural de Vila Conde, considerado um dos autores mais singulares do modernismo português, assinava a obra visual como Julio, e os livros de poesia como Saúl Dias, pseudónimo sob o qual publicou uma obra lírica.

A sua atividade artística estendeu-se também à cerâmica tradicional trabalhou com oleiros do Redondo nos anos 60 - e ao colecionismo de arte popular, com destaque para a sua vasta coleção de bonecos de Estremoz.

A exposição pode ser visitada de terça a domingo, entre as 10h00 e as 18h00, a entrada tem o custo de dois euros, sendo gratuita ao domingo de manhã.