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O ataque a St Mary’s School, situada em Papiri, no estado de Níger, ocorreu durante as primeiras horas da manhã de sexta-feira, com homens armados a invadirem a escola por volta das 02h00, hora local, diz a BBC.

Inicialmente, tinha sido reportado que 215 alunos tinham sido levados, mas uma verificação posterior revelou que 303 estudantes e 12 professores foram raptados, tornando este sequestro superior ao histórico caso de Chibok, em 2014, quando 276 meninas foram levadas.

A polícia local afirmou que as agências de segurança estão a “vasculhar as florestas com vista ao resgate dos estudantes raptados”. Segundo a AFP, o número de pessoas sequestradas corresponde a quase metade da população estudantil da escola. As autoridades do estado de Níger referiram que a escola ignorou uma ordem de encerramento dos dormitórios, emitida após alertas de inteligência sobre risco elevado de ataques, expondo alunos e funcionários a um “risco evitável”. A direção da escola não comentou estas afirmações.

O sequestro de pessoas para exigir resgates por gangues criminosos, conhecidos localmente como “bandidos”, tornou-se um problema grave em várias regiões da Nigéria. Embora o pagamento de resgates tenha sido proibido, na tentativa de cortar o financiamento destes grupos, a medida tem tido pouco efeito. O ataque desta sexta-feira foi o terceiro do género no país em apenas uma semana.

Na segunda-feira, mais de 20 alunas, que a BBC indica serem muçulmanas, foram raptadas de um colégio interno no estado vizinho de Kebbi. Ainda na mesma semana, uma igreja no estado de Kwara foi atacada, resultando em duas mortes e 38 raptos adicionais.

O presidente nigeriano, Bola Tinubu, adiou viagens ao estrangeiro, incluindo a cimeira do G20 na África do Sul, para lidar com a crescente insegurança. O governo central ordenou o encerramento de mais de 40 colégios federais e escolas públicas em alguns estados foram temporariamente fechadas. A escalada da violência tem gerado medo e indignação entre a população, que exige medidas mais eficazes para proteger crianças e comunidades.

Este sequestro ocorre em contexto de alegações por figuras conservadoras nos Estados Unidos, incluindo o presidente Donald Trump, sobre perseguição de cristãos na Nigéria — acusações rejeitadas pelo governo nigeriano. Um representante oficial afirmou que “os terroristas atacam todos os que rejeitam a sua ideologia assassina — muçulmanos, cristãos e pessoas sem fé, da mesma forma”.

No nordeste do país, grupos jihadistas combatem o Estado há mais de uma década, e a maioria das vítimas são muçulmanas devido à localização geográfica dos ataques. No centro da Nigéria, os confrontos entre pastores, em geral muçulmanos, e agricultores, maioritariamente cristãos, acontecem com frequência, sendo muitas vezes motivados pela competição por recursos, como terra e água, e não por questões religiosas.

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