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Segundo a investigação, o salário mínimo líquido do Chipre é de apenas 886 euros, mas o custo de vida médio para um adulto atinge os 1 801,90 euros, o que evidencia um défice de mais de 900  euros. Na República Checa e Malta, o défice atinge 803,19  euros e 796,59  euros, respetivamente. Já em Portugal, o défice situa-se nos 717,22  euros, resultante de um salário mínimo líquido considerável face a um custo de vida médio mensal — incluindo renda — que ultrapassa os 1 620 euros.

O relatório também avaliou a situação das famílias de quatro elementos, e indica que existem 16 Estados-membros onde o rendimento mínimo familiar não é suficiente para cobrir despesas. Nesse indicador, Portugal destaca-se negativamente, apresentando um défice de 1 339,07  euros, apenas atrás de Malta (1 468,62  euros) e Grécia (1 368,69  euros).

Contexto europeu do salário mínimo

De acordo com dados de janeiro de 2025, 22 dos 27 países da UE têm salário mínimo nacional — excluindo Áustria, Dinamarca, Itália, Finlândia e Suécia — com valores que variam entre os 551  euros da Bulgária e os 2 638 euros do Luxemburgo. Portugal encontra-se no grupo intermédio, com um salário mínimo bruto de 1 015  euros mensais.

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Os 10 países da UE que tinham salários mínimos inferiores a 1 000 euros por mês eram: Bulgária (551 euros), Hungria (707 euros), Letónia (740 euros), Roménia (814 euros), Eslováquia (816 euros), República Checa (826 euros), Estónia (886 euros), Malta (961 euros), Grécia (968 euros) e Croácia (970 euros).

Em outros 6 países, os salários mínimos variaram de 1.000 a 1.500 euros por mês: Chipre (1.000 euros), Portugal (1.015 euros), Lituânia (1.038 euros), Polónia (1.091 euros), Eslovénia (1.278 euros) e Espanha (1.381 euros).

Nos restantes 6, os salários mínimos eram superiores a 1 500 euros por mês: França (1 802 euros), Bélgica (2 070 euros), Alemanha (2 161 euros), Países Baixos (2 193 euros), Irlanda (2 282 euros) e Luxemburgo (2 638 euros).

Implicações e desafios

A realidade descrita pelo estudo da Gisma destaca o fosso entre o salário mínimo e o custo de vida em inúmeros países europeus. Em Portugal, estar 700  euros abaixo do que é necessário para uma vida digna implica que muitos trabalhadores enfrentam dificuldades para cobrir necessidades básicas.

Este cenário faz eco nas atenções da União Europeia, que já reforçou as exigências a países para garantir um salário mínimo adequado — correspondente a, pelo menos, 60 % da mediana salarial — bem como para promover salários decentes via negociação coletiva.