As detenções, realizadas fora de flagrante delito, ocorreram este sábado e são o mais recente desdobramento da operação "Porthos", em curso desde fevereiro.

Os detidos são suspeitos de envolvimento em crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de droga e branqueamento de capitais. Segundo a PJ, os indivíduos terão facilitado a entrada de cocaína em território europeu através de contentores marítimos provenientes da América Latina, camuflada entre mercadorias legais.

No decorrer da operação foram executadas seis buscas domiciliárias e apreendidos diversos bens. Os suspeitos deverão ser presentes a tribunal na próxima segunda-feira.

A investigação, coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), resultou de cooperação policial internacional e envolveu cerca de 30 inspetores. Desde o início da operação, já foram constituídos 15 arguidos e detidos outros quatro suspeitos. Foram ainda apreendidos mais de 500 mil euros em dinheiro, viaturas, armas de fogo e outros materiais.

Segundo avançou o jornal Expresso, os suspeitos – alguns pertencentes à Autoridade Tributária – teriam recebido compensações calculadas à percentagem, alegadamente chegando a auferir quatro mil euros por cada quilo de cocaína desembarcado nos portos de Lisboa, Sines e Setúbal. Um dos detidos terá colaborado com Rúben “Xuxas” Oliveira, traficante condenado a 20 anos de prisão em 2023, que utilizava o porto de Setúbal como uma das principais portas de entrada da droga.

A PJ indica que as investigações vão prosseguir para apurar a totalidade dos crimes e identificar outros elementos envolvidos na rede.

O porto de Sines continua a ser apontado como um ponto vulnerável na luta contra o tráfico de droga.