Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

“A Alemanha continua a ser um país aberto ao mundo. Mas a capacidade dos nossos sistemas sociais tem limites, tal como a dos nossos sistemas educativos. A capacidade do nosso mercado imobiliário também tem limites”, disse o ministro do Interior, Alexander Dobrindt, à câmara baixa do parlamento, o Bundestag.

“A imigração para a Alemanha também deve ter limites”, defendeu.

A proposta de lei, uma medida emblemática do Governo do conservador Friedrich Merz, foi aprovada por larga maioria, com 444 deputados a votarem a favor e 135 contra, sendo que a extrema-direita (Alternativa para a Alemanha) já tinha anunciado antecipadamente que aprovaria a iniciativa legislativa.

O texto suspende especificamente o reagrupamento familiar — já limitado a mil pessoas por mês — durante pelo menos dois anos para os migrantes que tenham apenas o estatuto subsidiário, uma medida de proteção internacional concedida a quem não se qualifica como refugiado, mas precisa de proteção por ter sido ameaçado de tortura ou pena de morte no seu país de origem.

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui

Até 31 de março deste ano, estavam registadas na Alemanha cerca de 389.000 pessoas com este tipo de autorização de residência.

O país acolheu mais de um milhão de refugiados, sobretudo sírios e afegãos, durante a grande crise migratória de 2015/16, e, posteriormente, mais de um milhão de ucranianos que chegaram após a invasão russa iniciada no final de fevereiro de 2022.

A suspensão visa dissuadir os migrantes de irem para a Alemanha e travar a imigração ilegal, reiterou o ministro conservador.

O reagrupamento familiar já tinha sido suspenso em 2016, quando a Alemanha se viu sobrecarregada pelo fluxo de imigrantes e carecia de instalações de acolhimento, principalmente nos municípios.

O chanceler conservador Friedrich Merz fez da luta contra a imigração uma prioridade central do seu Governo, nomeadamente adotando um polémico ‘ato de repulsão’ dos requerentes de asilo na fronteira.

A campanha para as eleições de 23 de fevereiro ficou marcada por vários ataques mortais que envolveram estrangeiros, o que impulsionou a ascensão do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar na votação.