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Diz o povo que "de Espanha nem bom vento, nem bom casamento", e parece que é verdade. O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, reconheceu hoje que o Governo e o Partido Socialista espanhóis vivem "dias difíceis" por causa de suspeitas de corrupção, mas reiterou a intenção de prosseguir nos cargos e não se demitir.

"Estou plenamente consciente de que estão a ser dias difíceis para todos, sem dúvida alguma, para o Governo de Espanha e para a militância do partido", disse Pedro Sánchez, no arranque de uma reunião da comissão federal do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), em Madrid.

Recorde-se que o Governo de Sánchez e o PSOE foram atingidos nas últimas semanas por polémicas e suspeitas de corrupção que, dada a dimensão, podem pela primeira vez colocar realmente em risco a sobrevivência política do primeiro-ministro, segundo a opinião unânime dos analistas e de vozes internas do partido socialista.

O último e maior golpe ocorreu na segunda-feira, quando o até há poucas semanas ‘número três’ do PSOE e um dos braços direitos de Sánchez, Santos Cerdán, ficou em prisão preventiva, num caso de suspeita de corrupção que envolve também um antigo ministro de Sánchez e ex-dirigente do partido, José Luis Ábalos.

Também em Madrid, este fim de semana, o PP reelege hoje Alberto Núñez Feijóo como presidente do partido, num congresso em que é o único candidato ao cargo e não viu a liderança criticada.

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Alberto Núñez Feijóo convocou este congresso, que é extraordinário, com o argumento de ser necessário preparar o partido para o fim do ‘sanchismo’, que considera estar já “em contagem decrescente”.

Eleito líder do PP pela primeira vez em 2022, Feijóo venceu as últimas legislativas nacionais, em julho de 2023, mas não chegou a primeiro-ministro por não ter conseguido reunir uma maioria absoluta no parlamento que aprovasse a sua eleição para o cargo.

Desde que está à frente do PP, o partido venceu também as eleições autonómicas e municipais de maio de 2023, as europeias de 2024 e as regionais na Galiza do ano passado.

Além de ser o maior partido no parlamento de Espanha, o PP está à frente dos governos autonómicos de 13 das 19 regiões e cidades autónomas do país.

E o que estava Montenegro a fazer no congresso?

Luís Montenegro foi um dos dois convidados internacionais do encontro, juntamente com o presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber.

O líder do PSD, que falou em espanhol, disse que os anos de governos socialistas em Portugal "estancaram o país e o seu desenvolvimento" e "tinham uma política migratória irresponsável, sem regulação e sem controlo".

"Mudámos as regras de imigração, queremos mais segurança nas ruas, mais autoridade para a polícia, um sistema de justiça que funcione. Para nós, o Estado de direito, o respeito pelos direitos e pela lei, é o primeiro valor da democracia. Se perdemos a base do Estado de direito, perdemos o respeito do povo", afirmou o primeiro-ministro e líder do PSD.

Montenegro acusou ainda os governos do PS de se terem radicalizado, fomentado "a fratura e a divisão", de terem piorado os serviços públicos de saúde e educação, de não terem uma política de habitação, de terem "aumentado sistematicamente" os impostos e de se terem unido com a extrema-esquerda e com a extrema-direita "nos corredores da política" para derrubar o executivo anterior, que liderava.

"Mas o povo uniu forças nas ruas para nos legitimar e aprovou a moção que mais importa, a confiança do povo", afirmou.

"Hoje estamos a reformar Portugal e não estamos no Governo para manter o poder a qualquer preço", garantiu.

Acrescentou que só quis governar com uma vitória nas eleições e que, quando a sua idoneidade e a da sua família foram questionadas, apresentou uma moção de confiança no parlamento, em aparentes referências à política espanhola atual, embora sem referir em concreto a situação do executivo do socialista Pedro Sánchez, que depende no parlamento de uma geringonça de oito partidos.

Montenegro afirmou que, como o PP espanhol, o PSD em Portugal "é o partido do povo", o "verdadeiro defensor do estado de bem-estar", que quer "boas contas" nas finanças públicas e tem objetivos de crescimento para a economia, que já baixou duas vezes os impostos e o fará uma vez mais e acaba de mudar as regras da imigração.

Manifestando a certeza de que o PP liderará o próximo Governo em Espanha, Montenegro considerou que esse cenário será o melhor para Espanha e para a Península Ibérica.

*Com Lusa