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Esta quarta-feira, acabado o período de greve, o título histórico da imprensa cultural portuguesa, fundado em 1981, quinzenal, regressará às bancas com uma semana de atraso. Pode ser a última edição, avança o jornal Público.

Perante a falta de soluções apresentadas pelo grupo que detém a publicação, a Trust In News, a redação do JL decidiu suspender, em bloco, o seu contrato de trabalho.

“A empresa está em insolvência e a situação é pouco clara”, diz ao Público José Carlos de Vasconcelos. O diretor de sempre do JL, que assina na edição desta quarta-feira um texto a dar conta dessa incerteza (título: “O JL não pode morrer?...”), explica que o plano de insolvência aprovado pelos credores, em maio, – em novembro, fora chumbado um Processo Especial de Revitalização –, carece ainda de homologação judicial.

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José Carlos de Vasconcelos desconhece quando será feito a homologação. “A situação é muito difícil”, diz ao Público.

À greve, decretada pelos trabalhadores da Trust In News dia 20 de junho, data final do prazo dado pelos funcionários para o pagamento dos 20% do ordenado de abril, da totalidade do de maio e dos respetivos subsídios de refeição, seguiu-se a decisão dos três elementos da redação do JL de suspender em bloco os seus contratos de trabalho.

Recorde-se que a Trust In News, que tem como acionista único Luís Delgado, é detentora de 16 títulos de comunicação social, entre os quais, para além do JL, a Visão, Exame, Exame Informática e a Caras. De acordo com o plano de insolvência aprovado em maio, com 77% de votos a favor por parte dos credores, prevê a suspensão, venda ou licenciamento de publicações deficitárias, bem como a redução do quadro de funcionários, proporcional às publicações suspensas, e o pagamento faseado das dívidas acumuladas à Autoridade Tributária, à Segurança Social e a demais credores.

Recorda-se que o JL foi fundado em 1981 e ao longo das suas quatro décadas de meia de história, acompanhou de perto cenário literário e artístico de língua portuguesa. Entre os seus colaboradores fizeram parte nomes como António Ramos Rosa, João Ubaldo Ribeiro, Fernando Assis Pacheco, António Mega Ferreira ou Ricardo Araújo Pereira.