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O setor das Finanças e Imobiliário atravessa uma fase de profunda transformação, marcada por pressões económicas, avanços tecnológicos e novas exigências regulatórias. O mais recente estudo Global Insights – Tendências do Mundo do Trabalho no Setor das Finanças e Imobiliário, do ManpowerGroup, identifica as principais mudanças que estão a redefinir o futuro deste setor e alerta para a necessidade de adaptação por parte das empresas.

Pedro Amorim, Diretor de vendas da ManpowerGroup, fala das forças disruptivas que têm mexido com os setores e que estão a afetar a forma como as organizações competem no mercado. Acredita que "a oportunidade de gerar valor é significativa, mas será essencial contar com talento qualificado”.

Acrescenta que é necessário desenvolver estratégias de atração e retenção de talentos que devem ser prioridades para os líderes deste setor. Assim como ter candidatos qualificados em competências como IA, Big Data, CX ou Cibersegurança”.

Escassez de talento: um desafio estrutural

O estudo revela que 72% das empresas de Finanças e Imobiliário antecipam dificuldades em recrutar profissionais com competências críticas em transformação digital, cibersegurança, compliance e data analytics. A procura crescente por este talento altamente especializado coloca as organizações do setor em competição direta com empresas de outras áreas que também apostam em processos de digitalização.

Inteligência artificial: ganhos e desafios

A integração da Inteligência Artificial (IA) no setor financeiro está a crescer rapidamente. Em 2024, mais de metade das instituições (54%) já utilizavam ferramentas de IA conversacional, mais 26% do que no ano anterior. Contudo, a adoção enfrenta obstáculos como os custos de investimento, as exigências regulatórias e a escassez de competências em IA. Segundo dados do MIT, esta tecnologia poderá aumentar a produtividade até 40%, reforçando a necessidade de capacitar os trabalhadores.

Experiência do cliente: exigência em alta

O perfil do consumidor financeiro é cada vez mais digital e no focado uso de telemóvel em vez de computador. Em 2023, 57% dos utilizadores geriram serviços bancários através do telemóvel. A procura por personalização e soluções em vários canais leva as empresas a reforçar os investimentos em inovação com recurso à IA e Big Data. Mas para responder a este desafio, será fundamental dispor de profissionais criativos e qualificados em TI, vendas, marketing e gestão da relação com o cliente — perfis que continuam entre os mais difíceis de recrutar.

Externalização e offshoring: ganhos de eficiência

A aposta em serviços partilhados no estrangeiro tem permitido às empresas do setor aceder a talento especializado e reduzir custos. No entanto, esta estratégia implica maior atenção à conformidade regulatória e aos riscos geopolíticos, ao mesmo tempo que cresce a tendência para reforçar a proximidade a mercados locais.

O impacto do regresso aos escritórios 

No imobiliário comercial, a recuperação é impulsionada pela normalização das taxas de juro e pela adesão a modelos híbridos de trabalho. A maioria dos CEOs (83%), segundo a KPMG, prevê um regresso total ao escritório nos próximos três anos. Ainda assim, especialistas alertam que este movimento deve ser gerido com equilíbrio, sob pena de agravar a intenção de mudança de emprego já expressa por mais de um terço dos trabalhadores a nível global.

O estudo conclui que a resiliência e a capacidade de inovação serão determinantes para o futuro das organizações. “Atrair talento, investir na qualificação das equipas e adotar modelos operacionais mais ágeis serão passos essenciais para garantir competitividade num setor em plena disrupção”, sublinha o ManpowerGroup.

O estudo do ManpowerGroup pode ser consultado na íntegra aqui.