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Apenas metade dos jovens em França e na Espanha acredita que a democracia é a melhor forma de governo, com apoio ainda menor entre os polacos, segundo um estudo do instituto YouGov para a Fundação Tui.

A maioria da geração Z (pessoas nascidas entre 1997 e 2012) da Europa, 57%, prefere a democracia a qualquer outra forma de governo. No entanto, as taxas de apoio variaram significativamente, com apenas 48% na Polónia e apenas 51% a 52% em Espanha e França, com a Alemanha a atingir o maior índice, 71%.

Mais de um em cada cinco – 21% – seria a favor de um regime autoritário em determinadas circunstâncias não especificadas. Esta percentagem foi maior em Itália, com 24%, e menor na Alemanha, com 15%. Em França, Espanha e Polónia, a percentagem é 23%.

Quase um em cada 10 em todos os países disse que não se importava que o seu governo fosse democrático ou não, enquanto outros 14% não sabiam ou não responderam.

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Thorsten Faas, cientista político da Universidade Livre de Berlim, que trabalhou no estudo, disse ao jornal britânico The Guardian: “Entre as pessoas que se consideram politicamente à direita do centro e se sentem economicamente desfavorecidas, o seu apoio à democracia cai para apenas um em cada três".

“A democracia está sob pressão, interna e externa”, acrescenta.

O estudo foi realizado em abril e maio. Mais de 6.700 pessoas entre 16 e 26 anos no Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Itália, Grécia e Polónia responderam à nona sondagem anual do instituto YouGov para a Fundação Tui, que financia projetos dedicados à juventude na Europa.

Quarenta e oito por cento temem que o sistema democrático no seu próprio país esteja em perigo, incluindo 61% na Alemanha, onde a economia — a maior da Europa — está em risco e a extrema direita fez avanços significativos, impulsionada em parte pelo crescente apoio dos eleitores jovens.

O regresso de Donald Trump à Casa Branca, a ascensão da China e a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia desviaram o poder da Europa, na perceção dos entrevistados, com apenas 42% a contar com a UE entre os três principais atores globais.

Com o Brexit, o número foi maior entre os britânicos, atingindo 50%. Dos entrevistados no Reino Unido, 73% desejavam voltar à UE, enquanto quase metade dos jovens europeus (47%) quer laços mais fortes entre a UE e o Reino Unido.

Os EUA foram vistos por 83% como parte do trio mais poderoso, seguidos pela China com 75% e pela Rússia com 57%.

Quase um em cada cinco, 19% descreveu-se como politicamente de centro-direita, acima dos 14% em 2021, enquanto 33% autodenominaram-se centristas, 32% como de esquerda e 16% sem qualquer designação.

Mulheres na Alemanha, França e Itália identificaram-se como progressistas em números maiores do que há quatro anos, enquanto jovens homens na Polónia e Grécia tornaram-se mais conservadores no mesmo período.

O apoio a restrições mais rígidas à migração cresceu em todos os setores desde 2021, de 26% para 38%.

39% descreveram a UE como não particularmente democrática e apenas 6% disseram que os seus próprios governos nacionais funcionavam bem, com pouca necessidade de mudanças significativas.

Mais da metade, 53%, considerou que a UE estava demasiado concentrava em detalhes e questões triviais e gostariam que o bloco combatesse o custo de vida, reforçasse a defesa contra ameaças externas e criasse melhores condições para que as empresas pudessem impulsionar a economia.

No que diz respeito ao clima existe maior apoio à proteção climática entre os jovens europeus, apenas um em cada três afirmou que este deveria ter prioridade sobre o crescimento económico. O número caiu de 44% em 2021.