Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Segundo a fonte, na segunda-feira à noite o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria reuniu-se com o diretor da unidade de Dermatologia e confrontou-o com alguns resultados preliminares do relatório interno das auditorias solicitadas na sequência de notícias divulgadas pela TVI/CNN relativamente aos gastos abusivos praticados por dermatologistas daquela unidade hospitalar.

Após ser confrontado com estes dados preliminares, o diretor da unidade de Dermatologia colocou o lugar à disposição, o que foi aceite pelo presidente do Conselho de Administração.

A noticia da demissão foi hoje avançada pela TVI/CNN.

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui

Em causa está o alegado aproveitamento do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer cirurgias fora do horário laboral, de modo a reduzir as longas listas de espera nos hospitais.

Segundo a reportagem da TVI/CNN, vários dermatologistas do hospital terão faturado milhares de euros com estas cirurgias adicionais.

Um dos dermatologistas terá recebido 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais.

Informações divulgadas no fim-de-semana indicam que uma dermatologista estaria inclusive fora do país, em Itália, numa altura em que aparece no sistema como responsável por uma cirurgia.

Depois da reportagem, em maio, o presidente do Conselho de Administração ordenou a abertura de cinco auditorias internas envolvendo a Dermatologia e suspendeu as cirurgias adicionais de Dermatologia.

Numa resposta enviada à Lusa, a ULSSM informou que tem em elaboração um novo modelo de contratualização de produção adicional para a área da Dermatologia.

No ano passado, quando a atual administração – que entrou em fevereiro de 2024 - detetou valores elevados pagos sobretudo na Dermatologia, decidiu que todas as cirurgias seriam pagas pelo valor mais baixo de severidade (gravidade/complexidade), tendo as restantes (mais bem pagas) de ser devidamente justificadas e autorizadas.

Ainda no ano passado, em novembro, quando se detetou que os valores pagos eram elevados, foram abertas duas auditorias internas, que não detetaram qualquer ação irregular.

Após ser conhecido o caso de Santa Maria, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde instruiu os hospitais para que garantam maior racionalidade nos serviços de dermatologia, limitando a realização de cirurgias fora de horário normal a casos oncológicos ou benignos muito prioritários.