
Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
Na cerimónia em que foi condecorado com a Medalha da Cidade de Almada, D. Américo Aguiar aproveitou para lançar um “grito” contra as portagens na Ponte 25 de Abril, considerando que a cobrança “deve ser inconstitucional no mínimo” e põe em causa a igualdade entre cidadãos.
Segundo a diocese, "a intervenção do prelado ganhou particular significado por ter ocorrido precisamente no 31.º aniversário do bloqueio da Ponte 25 de Abril, a 24 de junho de 1994, numa das mais marcantes manifestações de protesto contra a cobrança de portagens".
"Eu sou do Porto e portanto acho muito estranho que, passados mais de 60 anos, quem mora na Margem Sul tenha que pagar para ir à outra margem", declarou o bispo. "Não vejo cidadãos de outra região do país que tenham que pagar para entrar na capital. Não vejo, não conheço. Somos os únicos".
"Não vejo cidadãos de outra região do país que tenham que pagar para entrar na capital", reforçou.
D. Américo Aguiar alertou para o crescente peso das portagens no orçamento familiar, numa altura em que "30 dias ou 30 passagens ou 40 passagens na ponte para ir trabalhar, para ir estudar, para ir ao médico" representam um encargo cada vez maior. "Tem cada vez mais peso no rendimento e no orçamento das famílias", vincou o prelado, argumentando que "está em causa a coesão territorial" e "a coesão social".
O bispo recordou ainda que "consta que nos anos 60, no outro regime, estava previsto acabarem as portagens nos anos 80", sublinhando décadas de promessas não cumpridas. "Sei que hoje há 31 anos a Ponte 25 de Abril estava bloqueada, lembram-se, mas o problema mantém-se", referiu.
No final da sua intervenção, D. Américo Aguiar lançou um apelo para que "seja feita alguma coisa para que, pelo menos na Ponte 25 de Abril, um dia destes tenhamos a feliz notícia de que para os residentes na Península de Setúbal se encontra uma forma de os aliviar de uma portagem que não é respeitadora da igualdade dos cidadãos no nosso território".
Comentários