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Foi lançada uma petição na Eslováquia que visa impedir a atuação do rapper norte-americano Kanye West no festival Rubicon, em Bratislava. A iniciativa, que conta com mais de 3.500 assinaturas, acusa o músico de glorificar a violência da Segunda Guerra Mundial e de promover ideias extremistas incompatíveis com os valores democráticos europeus, conta o The Guardian.

A polémica surgiu após o anúncio do festival Rubicon, que decorre em meados de julho na capital eslovaca, afirmando ter garantido uma atuação exclusiva do artista, que classificam como “visionário do hip-hop, ícone cultural e génio controverso”. No entanto, a confirmação da presença de West motivou uma reação imediata de protesto por parte de vários setores da sociedade civil.

A petição é apoiada por representantes de organizações como Peace for Ukraine e Cities for Democracy e dirige-se ao presidente da câmara de Bratislava. No texto, os subscritores denunciam aquilo que consideram ser a associação do artista a símbolos e ideologias do período mais negro da história moderna, acusando-o de ser “um dos mais famosos antissemitas do mundo”.

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Entre os argumentos invocados está o lançamento, a 8 de maio – data que assinala os 80 anos da derrota da Alemanha nazi – de uma música intitulada "Heil Hitler", da autoria de Kanye West. A canção termina com um excerto de um discurso de Adolf Hitler, proferido em 1935. Esta obra foi proibida na Alemanha por violar as leis que proíbem símbolos extremistas e incitamento ao ódio. Foi também removida das principais plataformas de streaming, embora tenha continuado a circular na rede social X, de Elon Musk.

Outro elemento citado pela petição é a venda, através do site oficial de West, de uma t-shirt com uma imagem de uma cruz suástica, considerada por muitos como mais uma provocação deliberada. Os subscritores da petição defendem que “não é aceitável que Bratislava seja a única cidade europeia a acolher uma atuação de Kanye West, não pela sua expressão musical, mas pelas atitudes públicas perigosas que contrariam frontalmente a memória histórica europeia e a responsabilidade democrática”.

O texto alerta ainda para o risco de a atuação atrair grupos extremistas e radicais, tanto eslovacos como estrangeiros, podendo resultar em “comportamentos violentos, a exibição de simbologia nazi ou a disseminação de ideologias que não têm lugar numa sociedade democrática e são punidas pela legislação nacional”.