Um idealista como António Guterres assume a liderança das Nações Unidas quase ao mesmo tempo que o imprevisível desafiador Donald Trump entra pela Casa Branca como presidente do país que a revista Time retrata como “Estados Desunidos da América”. Imagina-se que a ambição de procurar harmonias e melh
Olá, estimado leitor. É com muito prazer, apesar do que aconteceu ontem, que faço hoje a minha estreia na escrita de crónicas para o SAPO24. Foi com muito agrado que aceitei o convite para escrever no Portal SAPO, o site de referência em Portugal, com milhões de visualizações e fácil acesso, excepto
Como toda a gente sabe – os que vêem o noticiário e os que depenicam as revistas cor-de-rosa - durante três dias, até à véspera do diplomaticamente inconveniente Primeiro de Dezembro, os Reis de Espanha estiveram em Portugal. Tanto ruído, e ninguém ficou a saber porque vieram.
Bernardo Bertolucci já me está a irritar e ainda só escrevi o nome dele. Pela lógica só teria um “L” antes dos dois “C” no apelido, mas obrigou-me a ir confirmar, não fosse ele arrogar-se os dois “L” de melhores cineastas italianos como Fellini ou Rossellini.
A promessa tinha sido de bem-estar e liberdade mas o que passou a sentir-se crescer nas sociedades ocidentais foi um mal-estar que também põe em causa algumas das liberdades. Os cidadãos fartaram-se de se sentirem negligenciados e estão a usar toda a forma de votação ao seu alcance para fazerem afas
Querido Pai Natal: Dado que hoje é o primeiro dia de Dezembro e ninguém liga ao que acontece no Mundo, aproveito a distracção geral (... e das editoras do SAPO24) e abuso deste espaço para te escrever, poupando selos e a forte possibilidade de, por correio tradicional, só receberes esta carta lá par
Não fazia ideia, mas pelos vistos sou um patriota. Estava distraído, mas parece que sou. Afinal gosto de viver por cá, e não só nesse Portugal lindo que anda a empanturrar-se de turistas, ou a mascarar-se de paraíso em listas do Buzzfeed. Não, essa beleza garantida não estimula nada tão aguerrido qu
Não é fácil escrever nesse momento. A difícil tarefa de informar, analisar, reportar uma tragédia que certamente ficará marcada na história. Não apenas na história do futebol, mas também no universo da comunicação social.
É um ritual a cada 12 meses, a equipa dos dicionários Oxford, publicados no Reino Unido e nos EUA, proclama a palavra que marca o ano que acaba. Para este 2016, provavelmente já sabe que a escolha é um neologismo que entra diretamente para a enciclopédia: post-truth. Portanto, pós-verdade, com o pós
Há momentos que fazem fronteira: o século XXI começou em 11 de setembro de 2001, nas Torres Gémeas de Nova Iorque; o século XX tinha começado a acabar em 9 de novembro de 1989, com a queda do Muro de Berlim, e chega à ponta final do fim neste 25 de novembro de 2016, com a morte de Fidel Castro. Das
Quando era um miúdo isolado num Alentejo ao qual não voltei mais e passava parte dos dias no quarto a ouvir ininterruptamente discos de Backstreet Boys, Spice Girls e afins, sentia sempre uma certa dose de culpa por ouvir este tipo de pop. Não que tivesse grande consciência de géneros musicais, mas
Há dias em que, por efeito do sol ou de uma qualquer descarga extra de serotonina pelo corpo fora, acordamos a acreditar que o Mundo, apesar de Trump, é hoje um lugar melhor e mais simpático para viver, e o ser humano tem tendência para se tornar mais civilizado e sensato. Porém…
Para as pessoas da minha geração, o Alec Baldwin pode muito bem significar aquele tipo que, no final dos anos 80/início dos 90, era tão bem parecido e sucedido que até conquistou a Kim Basinger. Ou então recordamo-lo como o mais velho de 4 irmãos actores, e o único deles com aparência de ter tido bo
O Nobel Mario Vargas Llosa é um escritor magistral com notável intervenção cívica e feroz recusa de qualquer forma de ditadura, seja de esquerda ou de direita. É um intransigente defensor da sociedade aberta muito influenciado pelo pensamento liberal de Karl Popper. No seu texto semanal para o El Pa
Desde a década de 1960 que se espalhou a sensação maravilhosa de que o mundo só podia progredir socialmente. As democracias tradicionais estavam consolidadas e a aperfeiçoar a igualdade e as oportunidades dos cidadãos. Os regimes autoritários, quer de esquerda, quer de direita, estavam fadados a ser
Por estes dias, quando se recordou novamente a tragédia que o ambiente sofreu, ao largo da Galiza, a 13 de novembro de 2002, com o derrame de 77 mil toneladas de crude pelo petroleiro Prestige, recuei por momentos a esses dias e confrontei-me com a evolução do meu olhar, sobre essa notícia, à medida
É verdade que ele tinha mais de Dustin Hoffman que de Sean Connery, mas durante muito tempo olhei para o Leonard Cohen como uma espécie de James Bond. O espião e o trovador sempre abotoados nas casas certas, sedutores, infalíveis e predestinados a salvar o mundo – no caso do 007, era a salvação cont
Faz sempre bem ouvir os sábios: Zygmunt Bauman, decano dos sociólogos europeus e observador implacável do nosso mundo, analisa na revista italiana L’Espresso a vitória eleitoral de Trump. Assim: diz que “é um sintoma alarmante, reflete o divórcio entre poder e política, do qual resulta um vazio prop
Não está demonstrado que as escolhas feitas livremente, através de actos eleitorais em países democráticos, sejam mais acertadas do que as decisões de um ditador.
O lugar-comum que faz o título desta crónica podia ser dito a respeito dos portugueses, dos espanhóis, dos franceses, dos ingleses, e de mais um generoso conjunto de povos dispersos que, por razões mais ou menos explicáveis, se tornaram países.
Esta poderia ter sido uma crónica vagamente tranquila. Uma história que tentaria dar conta do dia das eleições presidenciais em Nova Iorque e no qual, pelo menos tudo o parecia indicar, a grande metrópole estaria alinhada com os desejos e votos da maioria dos cidadãos americanos. É antes uma crónica
Até que enfim. Um ano e trinta e sete mil newsletters na caixa de spam depois, o Web Summit chegou a Lisboa. Está aí o maior evento europeu de tecnologia que reúne investors, founders, developers, marketeers, influencers, partners, speakers e outras palavras anglo-saxónicas que até têm tradução para