No discurso após ter sido reeleita porta-voz do PAN, por larga maioria, no IX Congresso do partido, que decorreu hoje em Matosinhos, Inês de Sousa Real saudou a lista opositora encabeçada pelo ex-deputado Nelson Silva, "pela sua participação e pela integração na nova Comissão Política Nacional e Conselho de Jurisdição Nacional".

"Contamos com todas e com todos para levarmos mais longe o PAN e o nosso ideário", garantiu.

E assumiu uma "missão de uma estratégia interna, externa para fazer aumentar e crescer o PAN, com sentido de responsabilidade, com dever de Estado, com sentido de compromisso de levar mais longe as causas" do partido.

No seu discurso de consagração, a porta-voz referiu-se também aos próximos desafios eleitorais, manifestando a intenção de voltar a ter representação na Assembleia Legislativa Regional da Madeira e no Parlamento Europeu.

"Daqui a um ano poderemos fazer a diferença e resgatar o lugar que nos foi tirado no Parlamento Europeu, tenho a certeza absoluta que o PAN terá essa oportunidade e que também aí fará a diferença, que na Região Autónoma dos Açores iremos fazer o mesmo", indicou.

Apontando que a direção hoje eleita irá igualmente "abraçar eleições autárquicas e legislativas" durante o mandato, que com a aprovação dos novos estatutos passa a ser de três anos, Inês de Sousa Real defendeu que o PAN tem de se "apresentar como uma solução alternativa aquilo que tem sido o 'status quo' e o conservadorismo que tem marcado as políticas públicas".

"Esta direção vai ter de abraçar diferentes momentos eleitorais que vão testar a nossa capacidade de aumentar a representação. Estou plenamente confiante que seremos capazes de levar um projeto e um caderno de encargos do ponto de vista política que dá respostas às preocupações reais dos portugueses e aos desafios do nosso tempo, como a crise climática, cujo relógio não para e não anda para trás", afirmou.

Já em declarações aos jornalistas no final do seu discurso, fora do auditório onde decorreu o Congresso, a porta-voz disse tem uma "responsabilidade acrescida" pela "vitória expressiva" que alcançou hoje e quer "reconquistar a confiança e o voto do eleitorado".

Referindo que a lista opositora conseguiu representação na Comissão Política Nacional, Sousa Real considerou que isso mostra que o PAN "não só está vivo, como tem uma democracia interna bastante plural".

"Acredito que vamos sair mais unidos e mais coesos deste Congresso, é fundamental que o PAN não se perca em questões internas. Temos que saber refletir, trabalhar em conjunto, porque em democracia também tem que se saber respeitar os resultados eleitorais e a vontade expressiva da maioria do partido" que deu "um sinal claro que confia nesta direção", realçou, voltando a dizer que conta "com todas e com todos os filiados que queiram trabalhar em prol do PAN".

Questionada sobre o alargamento do mandato dos órgãos do partido de dois para três anos, a líder defendeu que o objetivo é "garantir maior estabilidade aos mandatos e uma possibilidade de execução da visão estratégica, quer interna, quer externa, quer ideológica do partido".

A deputada único do Pessoas-Animais-Natureza respondeu também a outra crítica da oposição sobre o relacionamento do partido com o PS, indicando que vai continuar a fazer na Assembleia da República uma "oposição responsável, comprometida com as causas e ao mesmo tempo crítica do ponto de vista político quando o Governo falha", e voltou a defender uma "reformulação do Governo".

Inês de Sousa Real foi hoje reeleita porta-voz do PAN, no IX Congresso do partido, que decorreu em Matosinhos (distrito do Porto), depois de a sua lista à Comissão Política Nacional ter conseguido mais de 70% dos votos e 20 mandatos. A lista encabeçada pelo ex-deputado Nelson Silva alcançou sete lugares naquele órgão alargado de direção.

FM/JCR // APN

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