No ano, a inflação acumula um crescimento de 1,56% no país sul-americano. Em fevereiro de 2021, a variação havia sido de 0,86%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram uma subida. O maior impacto (0,31 ponto percentual) e a maior variação (5,61%) vieram do grupo educação.

Segundo Pedro Kislanov, investigador do IBGE, foram incorporados na inflação os reajustes habitualmente praticados no início do ano escolar e, portanto, esse foi o item que teve o maior impacto no mês.

De seguida, aparece alimentação e bebidas (1,28%) cujos preços aceleraram (1,11%) face a janeiro e contribuíram com 0,27 pontos percentuais do índice total.

"Em fevereiro, o grupo de alimentação sofreu impactos dos excessos de chuvas e também de estiagens que prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil", assinalou Kislanov.

Os dois grupos, educação e alimentação, representaram cerca de 57% do aumento de preços registado no mês passado.

Já nos últimos 12 meses, o que mais pesou na subida da inflação, de modo geral, foram os combustíveis, que acumulam avanço de 33,33%. Mas, em fevereiro, esse item do grupo transportes (0,46%), teve queda de 0,92%.

O preço da gasolina no Brasil recuou 0,47%, contribuindo com -0,03 ponto percentual no índice de inflação de fevereiro.

A subida dos combustíveis no Brasil também reflete problemas causados pela invasão russa à Ucrânia que elevou o preço do barril de petróleo globalmente.

Como consequência da escalada dos combustíveis e seu impacto sobre a inflação, que começou muito antes do início da guerra na Ucrânia, o Banco Central do Brasil promoveu um processo de elevação dos juros básicos, que chegaram a 10,75% ao ano, seu maior nível desde abril de 2017.

A incerteza global colocou o Brasil num momento de dúvida, pois embora a economia do país tenha crescido 4,5% em 2021, e compensado a queda de 3,9% que teve em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus, as perspetivas para este ano não são favoráveis.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá apenas 0,3% em 2022, cálculo que é compartilhado por analistas de mercado, que, entre outros motivos, levam em conta a insegurança gerada pelas próximas eleições presidenciais.

CYR // JH

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