De acordo com as autoridades locais, citadas pela RTP, destroços de drones atingiram o telhado de um edifício residencial no bairro central de Shevchenkivskyi, provocando múltiplos incêndios na cidade. Pelo menos duas pessoas morreram – uma mulher de 68 anos e um agente da polícia de 22 – enquanto 13 outras ficaram feridas, segundo confirmou o ministro do Interior, Ihor Klymenko.

“Edifícios residenciais, veículos, armazéns, escritórios e outras estruturas não habitacionais estão em chamas”, informou Tymur Tkachenko, chefe da administração local, através de uma mensagem no Telegram. Os residentes foram aconselhados a procurar abrigo e a manter as janelas fechadas devido ao fumo intenso, até que o alerta aéreo fosse levantado.

Este ataque surge apenas dois dias após o que foi descrito como o maior bombardeamento russo desde o início da invasão, em que Moscovo terá lançado 728 drones e 13 mísseis contra a Ucrânia. “Estamos claramente perante uma escalada do terror por parte da Rússia”, denunciou Zelensky nas redes sociais.

O chefe de Estado ucraniano apelou à imposição urgente de novas sanções a Moscovo, defendendo uma pressão internacional suficientemente forte para que a Rússia “sinta as verdadeiras consequências do seu terror”.

Zelensky revelou ainda que se reunirá esta quinta-feira, por videoconferência, com vários líderes ocidentais, incluindo a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron. A reunião terá como foco principal o reforço do apoio financeiro para sistemas de defesa aérea e interceptores de drones.

Entretanto, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, deverá encontrar-se esta quinta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, à margem da reunião da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que decorre em Kuala Lumpur.

Rivalidade EUA-Rússia

Na segunda-feira, Donald Trump tinha anunciado a intenção de enviar mais armamento para a Ucrânia. No dia seguinte, endureceu o tom contra Moscovo, acusando Putin de propagar “disparates” sobre a guerra em curso.

Moscovo afirmou esta quarta-feira que não leva a mal as declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre Vladimir Putin. O líder republicano, que volta a concorrer à Casa Branca, declarou recentemente que o presidente russo “diz muitos disparates”, mostrou-se descontente com a actuação do Kremlin e admitiu a possibilidade de aplicar novas sanções à Rússia.

Perante estas declarações, o Kremlin optou por não reagir directamente, adoptando um tom contido. No entanto, voltou a condenar de forma veemente o fornecimento de armamento por parte dos Estados Unidos à Ucrânia, considerando esta política um agravamento do conflito.