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"Vamos aguardar, sem excluir nenhuma opção e sempre em conjugação com a União Europeia", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros em resposta aos jornalistas.

Paulo Rangel lembrou ainda que "a Comissão Europeia é que está a conduzir as negociações" e que "é fundamental que se perceba que as negociações continuam pelo menos até ao dia 1 de agosto, que é o prazo limite, que passou de 9 de julho para 1 de agosto", até ao qual "ainda não existe um quadro final".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou este sábado que todos os produtos importados da União Europeia e do México passarão a estar sujeitos a uma tarifa aduaneira de 30% a partir de 1 de agosto. O anúncio foi feito através de cartas publicadas na sua própria rede social, a Truth Social.

Já na carta dirigida à liderança da UE, Trump afirmou: “Tivemos anos para discutir a nossa relação comercial com a União Europeia, e chegámos à conclusão de que é preciso romper com os desequilíbrios comerciais persistentes e profundos, causados pelas vossas tarifas, barreiras não tarifárias e políticas comerciais. A nossa relação, infelizmente, está longe de ser recíproca.”

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“A União Europeia permitirá o acesso total e aberto ao mercado dos EUA”, disse Trump, acrescentando que se a UE, por alguma razão, decidir retaliar, “qualquer que seja o valor que escolher para o aumentar, será adicionado aos 30% que cobramos“.

A tarifa de 30% acresce a todas as outras taxas aduaneiras cobradas em determinados produtos específicos, como o aço e o alumínio.

A tarifa anunciada, bem acima dos 10% que se esperava estarem em negociação, apanhou Bruxelas de surpresa, prejudicando as esperanças de um acordo e levantando o risco de uma nova guerra comercial. Produtos com margens de lucro reduzidas, como chocolate belga, manteiga irlandesa e azeite italiano, poderão ser particularmente afetados.

Numa primeiro reação oficial, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, garante que a UE “irá dar todos os passos que forem necessários para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se for necessário”.

Tal como o acordo com o Reino Unido, o entendimento com a UE era apenas um princípio de acordo, sem força legal. Fontes europeias confirmaram que o esboço apresentado aos embaixadores na reunião confidencial de segunda-feira tinha apenas três páginas e cobria apenas os pontos gerais.

A Comissão Europeia deverá exigir a reabertura das negociações, encarando esta medida de Trump como uma tática para forçar novas concessões. O ex-presidente já chegou a descrever a UE como “pior do que a China” nas disputas comerciais.

De qualquer forma, ainda será necessário redigir um texto legal formal, o que implicará um processo burocrático com riscos acrescidos.

O acordo com o Reino Unido, por exemplo, demorou sete semanas a ser registado oficialmente, incluindo uma cláusula para reduzir tarifas sobre exportações automóveis de 27,5% para 10%. No entanto, o prometido corte de tarifas para o setor siderúrgico britânico acabou por não ser incluído.

Esta medida encerra uma semana turbulenta para Bruxelas. Na segunda-feira, Trump anunciou a extensão das negociações até 1 de agosto. Na terça-feira, indicou que a UE receberia provavelmente uma carta com as novas tarifas nas 48 horas seguintes, elogiando a mudança de postura da UE de “muito dura” para “muito amigável”. Chegados ao final da semana, tudo mudou.

Já na carta enviada ao presidente mexicano, Trump reconheceu os esforços do país no combate à imigração ilegal e ao tráfico de fentanil para os EUA, refere o The Guardian. No entanto, afirmou que tais medidas não foram suficientes para evitar que os Estados Unidos se numa “zona livre para o narcotráfico”.