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No dia em que se assinalaram os 151 anos do Comando Distrital da PSP de Leiria, o comandante Domingos Urbano Antunes assumiu o compromisso de continuar a manter os programas especiais de proximidade, como o Comércio Seguro, Idosos em Segurança e Escola Segura, alargando este ao ensino superior.
“Temos uma população académica que ronda já os 15 mil alunos e cerca de 1.400 professores. Se dúvidas houvesse sobre a oportunidade desta extensão da Escola Segura ao ensino superior, a realidade veio demonstrar a necessidade urgente deste alargamento”, acrescentou, citando o estudo do Politécnico de Leiria recentemente divulgado e que revelou que 47% dos alunos inquiridos já sofreram de 'bullying'.
Para o diretor nacional da PSP, Luís Miguel Carrilho, o "protocolo permitirá a implementação de ações de sensibilização, patrulhamento preventivo e articulação técnica, com vista a uma resposta mais eficaz às necessidades dos estudantes, do centro e da comunidade”, explicou.
Luís Miguel Carrilho acrescentou que este “modelo de policiamento especializado, centrado no ensino superior, é uma resposta moderna e preventiva”.
Considerando que este é um protocolo inovador, Domingos Urbano Antunes afirmou que “as universidades hoje, cada vez mais, são polos de grandes problemas de segurança”.
Em Leiria, precisou, sobretudo na parte dos alunos, tem existido “assédios, sobretudo ao sexo feminino”, mas também agressões, ‘bullying’ e dificuldades do arrendamento, já que, no final do ano, os alunos queixam-se que os senhorios pressionam para abandonarem os quartos, porque já têm outros arrendamentos mais caros.
A PSP avançou com o protocolo “também para dar uma cultura de segurança”.
“No próximo ano, queremos estar aqui neste auditório a dar as ações de formação direcionadas quer ao segmento dos alunos, quer ao segmento dos professores”, revelou.
As patrulhas junto do ensino superior vão avançar, em articulação com as outras escolas.
Durante o discurso de aniversário, o comandante alertou ainda para o “envelhecimento dos recursos humanos" e, que, por via disso, obriga à "acumulação de funções".
"O que deveria ser uma exceção, tornou-se uma regra. Não podemos deixar de sublinhar que em 2010 possuíamos mais 100 polícias do que em 2025, sendo certo que hoje as exigências operacionais são incomparáveis às da década passada e o quadro de competências mais alargado”, reforçou o superintendente.
Domingos Urbano Antunes considerou que a falta de recursos humanos torna “difícil garantir a mesma qualidade do serviço policial”.
“Este deficit de recursos humanos obriga o comando a emitir com frequência despachos de exceção para garantir os policiamentos de maior dimensão (...) inibindo o legítimo gozo de folgas e créditos horários”, constatou.
Esta medida provoca o “inevitável cansaço nestes profissionais", que associado à média de idade de 50 anos contribui para o notório desgaste”.
O comandante da PSP de Leiria solicitou ainda ao diretor nacional da PSP para que sejam distribuídas armas elétricas, designadas por 'taser', “por serem essenciais para a autoproteção dos polícias e também para a salvaguarda da integridade física dos visados”.
“É, sem dúvida, um meio de baixa letalidade que garante a atuação e proporcionalidade da ação policial. Uma polícia democrática que respeita os direitos humanos não pode prescindir deste tipo de equipamento”, reforçou.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, apelou para que “seja reforçada a capacidade operacional da PSP — quer ao nível dos meios humanos, quer dos recursos técnicos e logísticos”.
“Reconhecemos que a segurança e eficiência não dependem apenas de veículos e equipamentos, mas também — e sobretudo — de pessoas".
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