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Tóquio e Washington tinham agendado a reunião dos respetivos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, no chamado formato “2+2”, em Washington, para 01 de julho, na qual participariam, respetivamente, Marco Rubio e Pete Hegseth, do lado americano, e Takeshi Iwaya e Gen Nakatani, do lado japonês.
De acordo com diário britânico, o pedido de aumento das despesas japonesas com a defesa foi recentemente apresentado ao Governo japonês pelo principal conselheiro político do Pentágono, Elbridge Colby.
Os Estados Unidos tinham já instado o Japão a aumentar as despesas com a defesa para 3% do PIB, e o pedido de um novo aumento incomodou o Governo japonês, que decidiu cancelar a reunião, ainda que não tivesse ainda sido formalmente anunciada, segundo o Financial Times.
Outro fator que levou Tóquio a suspender o encontro no início de julho é a proximidade das eleições para a câmara alta do Parlamento japonês, marcadas para 20 de julho.
Em 2022, após o primeiro mandato de Trump, o Japão decidiu duplicar o orçamento anual de defesa para 2% do PIB até 2027, o que representou uma mudança drástica na política nipónica de segurança do pós-guerra, enquadrada numa Constituição pacifista, que igualava o nível de despesas militares dos países membros da NATO.
A segunda Administração Trump criticou o tratado de segurança entre os Estados Unidos e o Japão, considerando-o unilateral, e indicou que Tóquio deveria pagar mais para acolher as tropas norte-americanas estacionadas no arquipélago japonês, quando as negociações pautais bilaterais avançarem.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, deixou claro o distanciamento de Tóquio em relação às exigências de Washington, afirmando que as decisões sobre as despesas com a defesa são da competência do governo nacional e não dos pedidos de outros países.
O desacordo entre o Japão e os Estados Unidos emerge pouco antes da cimeira da NATO em Haia, na próxima semana, na qual os Estados Unidos esperam aprovar um aumento das despesas militares dos países membros para 5% do PIB, uma medida a que a Espanha se opõe e os próprios Estados Unidos, pela voz de Trump esta sexta-feira, se dizem não obrigados a acompanhar.
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