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O podcast “Top of Mind” juntou no passado dia 12 de junho, no Porto, Micaela Guardiano, médica pediatra do neurodesenvolvimento, e Inês Homem de Melo, médica psiquiatra, numa conversa moderada por Margarida Santos, médica de medicina geral e familiar.
A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Bial e a Câmara Municipal do Porto (CMP), teve lugar no âmbito do Programa Municipal de Promoção de Literacia em Saúde, cuja ambição é “capacitar as pessoas para a gestão da sua saúde”, refere Catarina Araújo, Vereadora da Saúde e Qualidade de Vida da CMP.
“Queremos com este programa habilitar as pessoas a tomar decisões informadas, conscientes, que promovam hábitos de vida mais saudáveis”, refere a vereadora, salientando que ao longo dos últimos dois anos foram promovidas mais de 300 atividades — entre workshops, oficinas e conferências —, impactando cerca de 21 mil pessoas.
Desta vez, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, a sessão foi dedicada à PHDA, uma perturbação que domina muitas das conversas, sobretudo entre pais e educadores, tanto nas escolas, como nas redes sociais e gabinetes médicos.
“Temos cada vez menos vergonha de falar de PHDA, muito graças ao esforço conjunto de iniciativas como esta, de literacia, e de associações de pessoas com PHDA que se esforçam por ter uma narrativa mais integrada sobre as partes menos boas, mas também sobre as partes mais solares relacionadas com esta coisa de ser neurodivergente”, nota Inês Homem de Melo.
Para a médica psiquiatra, é fundamental “saber-se o que se é, como se funciona. Em vez de a pessoa andar uma vida a lutar contra o seu cérebro, passa a lutar com o seu cérebro”, refere. Para isso, o diagnóstico “é tudo”, porque permite “largar aquele esforço hercúleo de tentar fazer sempre igual aos outros, e ser como os outros”.
Quando um pai ou uma mãe recebe um diagnóstico de PHDA em relação a um filho, “é muito importante trabalhar na literacia”, salienta a médica pediatra Micaela Guardiano.
“É importante dar uma informação de qualidade, até porque em relação à PHDA há muito ruído de fundo, há muita má informação. É preciso desmistificar uma data de conceitos sociais que se vão enraizando, tentar destruir um bocadinho aquela ideia da culpabilização da família por alguns comportamentos que a criança e ou o adolescente podem exibir, e explicar a origem neurobiológica da perturbação”, enumera
Se é certo que a PHDA “não é benigna na sua essência, ou seja, deve ser e valorizada em termos de sintomatologia”, também é certo que com tratamento — que não se resume a medicação, havendo várias intervenções possíveis —, pode “ser benigna se bem orientada ao longo da vida”.
Esta iniciativa contou com o apoio da Sociedade Portuguesa de Défice de Atenção (SPDA) e da Brainstorm – Associação Portuguesa de PHDA, e a conversa ao vivo dará origem a um episódio especial do podcast "Top of Mind", que poderá ouvir na íntegra no 24notícias.
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O Top of Mind é um podcast da BIAL, produzido pela MadreMedia e apresentado por Margarida Santos, onde o conhecimento tem a palavra, e onde a ciência e a medicina inspiram e transformam. Pode ouvir os restantes episódios aqui.
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