Roman Starovoit, ministro russo dos Transportes, foi encontrado morto nos arredores de Moscovo poucas horas depois de ter sido demitido por Vladimir Putin. Starovoit, que estava no cargo desde maio de 2024, foi substituído por Andrei Nikitin, agora nomeado chefe interino do Ministério dos Transportes, segundo a agência Ria Novosti.
A demissão surgiu na sequência da suspensão do espaço aéreo civil após um ataque de drones ucranianos que forçou o cancelamento de quase 300 voos no fim de semana anterior.
Segundo a imprensa russa, tudo indica que se tratou de um suicídio, já que foi encontrada uma arma junto ao corpo, mas a causa oficial da morte ainda não foi confirmada.
Este episódio reacende a atenção internacional para o destino trágico de várias figuras que, ao longo dos últimos 25 anos, desafiaram ou caíram em desgraça junto de Vladimir Putin. Muitos opositores — incluindo jornalistas, políticos, oligarcas e antigos agentes secretos — acabaram mortos em circunstâncias suspeitas, frequentemente classificadas como suicídios, acidentes ou causas naturais não esclarecidas.
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Alexei Navalny, principal figura da oposição, morreu numa prisão do Círculo Polar Ártico em fevereiro de 2024, após anos de perseguição e envenenamento com o agente nervoso Novichok.
Boris Nemtsov, antigo vice-primeiro-ministro, foi baleado junto ao Kremlin em 2015.
Anna Politkovskaya, jornalista crítica da guerra na Chechénia, foi assassinada no seu prédio em Moscovo em 2006.
Alexander Litvinenko, ex-agente do FSB, morreu em Londres em 2006 após ser envenenado com polónio-210, num caso que um inquérito britânico ligou diretamente ao Kremlin.
Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner e protagonista de uma rebelião abortada contra Moscovo, morreu num misterioso acidente de avião em 2023, depois de aparentemente ter reconciliado com Putin.
Sergei Magnitsky, advogado que expôs corrupção estatal, morreu em prisão preventiva em 2009 após tortura e negligência médica.
Natalia Estemirova, Stanislav Markelov e Anastasia Baburova — todos ativistas ou jornalistas ligados à denúncia de abusos — foram assassinados em diferentes momentos.
Além destes, há uma longa lista de empresários e dissidentes encontrados mortos dentro e fora da Rússia, frequentemente em quedas de janelas, envenenamentos ou aparentes suicídios — como Boris Berezovsky, Mikhail Lesin ou Yuri Shchekochikhin.
Este padrão tem sido alvo da condenação internacional. Vários líderes ocidentais, incluindo Kamala Harris e Antony Blinken, já responsabilizaram diretamente o Kremlin por algumas destas mortes, nomeadamente a de Navalny.
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