
Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
"O calor aumenta e o povo não aguenta", afirmou o Climáximo em comunicado em relação à onda de calor que está a sufocar Portugal.
O coletivo recorda que no domingo "foram batidos os recordes de temperatura do país para o mês de junho e por pouco não se bateu o recorde da temperatura mais alta alguma vez registada em Portugal, com Mora a chegar aos 46,6ºC", notando ainda a existência de "ondas de calor no Canadá, no Nordeste dos Estados Unidos e no Norte da Europa" no início do mês.
"Não podemos normalizar estas temperaturas. Este calor sufocante é uma consequência direta da crise climática e tem culpados claros: são as empresas fósseis, os ultra-ricos e os governos. Há décadas que sabem da crise climática e dos seus perigos. No entanto, todos os anos assistimos a um aumento das emissões de gases com efeito de estufa, à abertura de novos poços de petróleo e de gás, a lucros recorde de petrolíferas, e ao aumento do fosso entre os ultra-ricos e os pobres", denuncia o grupo.
"Enquanto a família Amorim lucra milhões com os negócios criminosos da Galp e enquanto mais de 90 jatos privados voam até Veneza para o casamento privado do magnata Jeff Bezos nós, as pessoas comuns, temos de aguentar este calor infernal, tomar riscos e ir trabalhar e cuidar das nossas responsabilidades quotidianas", diz o Climáximo.
"Enquanto as lojas de luxo, os condomínios privados e os centros comerciais têm ar condicionado, a maior parte das pessoas sofre de calor em casas pouco ou nada preparadas para climas extremos — o que afeta particularmente pessoas em situações vulneráveis como idosos, bebés ou grávidas. Ainda no sábado passado, uma trabalhadora dos serviços municipais de limpeza de Barcelona morreu depois do serviço devido ao calor. Isto é a injustiça climática no seu melhor. O lucro deles é a nossa sentença de miséria", nota ainda.
Para o Climáximo, estas atitudes levam a humanidade "rumo ao inferno climático, mas não tem de ser assim". "Nós, as pessoas comuns, podemos e devemos puxar o travão de emergência e mudar de rumo, em direção a uma sociedade justa num planeta habitável, sem combustíveis fósseis. Não podemos aguentar mais isto. Está demasiado calor, e eles sabem. E nós sabemos que temos de travar esta injustiça e entrar em resistência, antes que seja tarde demais".
Comentários