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Erin Patterson, de 50 anos, foi considerada culpada pelo homicídio de três familiares e pela tentativa de homicídio de um quarto, após ter servido um almoço envenenado com cogumelos mortais, em julho de 2023. A decisão foi tomada por um júri do Supremo Tribunal do estado de Vitória, na Austrália, ao fim de onze semanas de julgamento, diz o The Guardian.

O caso, que atraiu uma atenção mediática sem precedentes no país, teve início com um almoço aparentemente inocente, em Leongatha, na região de Gippsland, sudeste de Vitória. Erin Patterson cozinhou um bife Wellington — prato composto por carne de vaca envolta em massa folhada — para quatro convidados: os seus ex-sogros, Don e Gail Patterson; a tia do ex-marido, Heather Wilkinson; e o marido desta, Ian Wilkinson.

Dias depois, três dos convidados morreram devido a envenenamento por cogumelos Amanita phalloides, vulgarmente conhecidos como "cogumelos da morte". Gail e Heather faleceram a 4 de agosto, Don morreu no dia seguinte. Apenas Ian sobreviveu, após um internamento hospitalar prolongado que incluiu semanas em cuidados intensivos e reabilitação.

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Durante o julgamento, a acusação, liderada por Nanette Rogers SC, alegou que Erin terá convidado os quatro familiares sob o falso pretexto de estar a lutar contra um diagnóstico de cancro, procurando conselhos sobre como comunicar a notícia aos filhos. A acusação não apresentou, no entanto, um motivo claro para o crime.

Simon Patterson, ex-marido de Erin e filho de Don e Gail, foi igualmente convidado para o almoço, mas cancelou na véspera, indicando por mensagem que se sentia "demasiado desconfortável" para comparecer. O seu nome não surgiu entre os acusados nem foi diretamente implicado no caso.

A defesa, conduzida por Colin Mandy SC, descreveu o episódio como uma "tragédia" e um "terrível acidente", sustentando que a sua cliente não teve intenção de causar mal aos convidados. Erin terá inicialmente mentido à polícia ao afirmar que nunca colhera cogumelos nem possuía um desidratador de alimentos — o que se veio a provar falso. Segundo a defesa, essa mentira foi motivada pelo pânico e pelo estado de choque após o sucedido.

O júri, composto por sete homens e cinco mulheres, deliberou a partir de 30 de junho e chegou a um veredicto unânime em todas as acusações. Três jurados suplentes foram inicialmente selecionados, tendo dois sido dispensados por sorteio antes da deliberação final e um afastado previamente por ter discutido o caso com terceiros.

A polícia de Vitória emitiu um comunicado após a leitura da sentença, expressando solidariedade para com as famílias envolvidas e agradecendo o trabalho das equipas de investigação criminal. Os familiares das vítimas pediram privacidade e não divulgaram declarações públicas.