“Este caso levanta, uma vez mais, questões sérias sobre os conteúdos pedagógicos atualmente ministrados pelo INEM, que se encontram desajustados face às mais recentes evidências científicas e às exigências práticas da medicina pré-hospitalar moderna”, lê-se no comunicado publicado após a morte do homem, de 73 anos, que levantou “preocupação com a qualidade da formação clínica disponibilizada aos operacionais do sistema” à ANTEM.

De acordo com a CNN Portugal, que teve acesso a uma queixa enviada à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) em abril, as falhas do INEM resultaram na morte de um homem “totalmente autónomo” em Portimão. O mesmo orgão de comunicação noticiou que os profissionais do INEM terão “cometido vários erros” e terão “tentado adulterar a informação para ocultar as falhas”.

A ANTEM recorda que a “ausência de formação contínua adequada, controlo de qualidade, bem como a persistência de modelos pedagógicos ultrapassados, compromete a eficácia da resposta clínica no terreno”, considerando “inaceitável que a responsabilidade por eventuais falhas seja imputada unicamente aos operacionais, frequentemente colocados em cenários complexos sem a devida preparação e atualização técnica, fruto de uma formação débil”.

“Os operacionais do SIEM têm demonstrado, de forma consistente, um elevado nível de dedicação, profissionalismo e sentido de missão, mesmo em contextos adversos. É injusto e contraproducente apontar-lhes o dedo sem considerar os sérios défices estruturais e formativos que persistem no SIEM”, afirma.