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Em entrevista à emissora francesa RFI, Grossi disse que, após o cessar das hostilidades, escreveu ao ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano a dizer-lhe que precisavam de se sentar à mesa e propôs ir imediatamente ao Irão retomar as inspeções, mas não recebeu resposta até à data.

Rafael Grossi salientou que a presença da AIEA “não é um gesto de generosidade”, mas antes “uma obrigação legal”, uma “responsabilidade internacional” para o Irão enquanto membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que estabelece a existência de “um sistema de inspeção”.

O diretor-geral da AIEA disse que, antes da guerra, o Irão não cooperava adequadamente.

“Encontrámos vestígios de urânio em locais onde não os devíamos ter encontrado, e as suas respostas não foram fiáveis. Houve dissimulação e, de qualquer forma, não houve transparência”, afirmou.

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Grossi disse que, embora “o Irão tenha material suficiente” para cerca de uma dúzia de bombas atómicas, como o próprio afirmou repetidamente, “o Irão não tinha uma arma nuclear”.

Sobre a questão de saber se o bombardeamento americano às instalações nucleares eliminou a possibilidade de o Irão ter a bomba durante décadas, como afirmou Donald Trump, Grossi considerou-a uma declaração “bastante política” com um objetivo militar.

“É verdade que, com as suas capacidades reduzidas, será muito mais difícil para o Irão continuar ao ritmo a que estava”, observou.

O diretor-geral da AIEA chegou na quarta-feira a Paris, onde foi recebido pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que insistiu também na necessidade de retomar as negociações com o regime iraniano sobre o seu programa nuclear.