
"Pelo vosso trabalho no apoio às populações no processo de reconstrução das suas habitações e por proporcionarem a estas noites mais seguras e manhãs mais alegres para se dedicarem a atividades produtivas com segurança", disse Valige Tauabo, na cerimónia.
Numa altura em que há relatos da escalada dos grupos insurgentes na zona do insular de Cabo Delgado, como é o caso da Ilha das Quirimbas, pertencente a Ilha do Ibo, o dirigente pediu ao corpo de fuzileiros ainda mais entrega: "Aproveitamos para estimular e promover cada vez mais valores de espírito de entrega, colaboração, virtude de bravura e acima de tudo fidelidade para com a nossa soberania".
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou na sexta-feira que o terrorismo pode dividir o país, defendendo a união de todos para combater os grupos rebeldes na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
"O terrorismo pode-nos dividir (...). Se brincarmos, nós podemos ficar sem pátria", declarou o chefe de Estado moçambicano, durante uma cerimónia de graduação na Academia de Ciências Policiais (Acipol), nos arredores da capital moçambicana, Maputo.
Segundo Filipe Nyusi, a resolução do problema no Norte passa pela união dos moçambicanos e as forças estrangeiras que apoiam Moçambique no combate aos grupos armados em Cabo Delgado devem ser acarinhadas.
"Nós temos de estar unidos. (...) O terrorismo é uma das únicas coisas em que o mundo todo se junta para combater. A região juntou-se para combater o terrorismo. Então como é que o próprio país, que vive o próprio terrorismo, não se junta para o combater", questionou Filipe Nyusi.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Depois de uma ligeira acalmia em 2023, estes ataques multiplicaram-se nas últimas semanas, criando cerca de 100 mil deslocados só em fevereiro, além de um rasto de destruição, morte e famílias desencontradas.
Esta insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com o apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região.
Desde 2017, o conflito já fez mais de milhão de deslocados, de acordo com as agências das Nações Unidas, e cerca de quatro mil mortes, indicou o Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos.
RYCE (EAC) // ANP
Lusa/Fim
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