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“João Machado – Poética Visual. 50 anos de obra gráfica (1974-2024)” estará patente entre 28 de junho e 12 de outubro na Galeria D do MUDE, de acordo com o museu, num comunicado hoje divulgado.

Com curadoria de Francisco Providência, a mostra está organizada de forma cronológica em vários núcleos, entre os quais “Ontologia do design ancorado no desenho”, “Obra cinco décadas de obra gráfica” e “Império da poesia da autoria à reinvenção da natureza”.

Além das obras escolhidas para a exposição, nas reservas visitáveis do museu é possível ver-se uma seleção de peças da Coleção João Machado, “ilustrativas das fases do processo criativo deste autor”.

No texto de apresentação, a diretora do MUDE, Bárbara Coutinho, refere que João Machado se “destaca pela capacidade de reinventar e descobrir novas formas de aplicação do seu desenho e ilustração a diferentes contextos do quotidiano, nomeadamente em objetos tridimensionais, ou por animar alguns dos seus cartazes”.

“O seu propósito em imprimir beleza aos materiais que desenha, mesmo quando comunica temas de violência e guerra, denota o lirismo e a poética da sua linguagem visual e o modo como esta procura ultrapassar as diferenças ideológicas, culturais e sociais. […] A presente exposição oferece uma merecida visibilidade à obra de João Machado e sublinha, na minha opinião, a força transformadora do design”, refere.

Dedicado a todas as expressões do design, que se espelham no seu acervo, o MUDE, que reabriu em julho do ano passado, depois de oito anos encerrado para obras, possui cerca de 20.000 peças.

O acervo conta com quase 20 coleções, entre as quais a Coleção João Machado, criada a partir de uma doação do designer em 2023.

Para a diretora do MUDE, “a coesão, integridade e representatividade temporal e tipológica da Coleção [João Machado] conferem-lhe um significativo valor patrimonial, cultural e artístico”.

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“Os seus dois núcleos — museológico e documental — convidam a promissoras investigações sobre a história da comunicação em Portugal, sendo ainda uma fonte privilegiada de informação para o estudo das políticas socioculturais implementadas no país a partir de final da década de 1970, para o impacto social do design gráfico e para a compreensão da prática profissional em contexto, uma vez que dá a conhecer os principais clientes (instituições públicas, municípios e empresas privadas), a finalidade as encomendas e os seus destinatários”, lê-se no texto de apresentação da mostra.

Nascido em Coimbra, em 1942, João Machado licenciou-se em Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde também veio a ser professor de Desenho Gráfico.

Participa, desde 1983, em exposições coletivas e individuais que lhe trouxeram vários prémios nacionais e internacionais, destacando-se o Prémio de Excelência Icograda, em 1999, e a nomeação de Graphis Design Master.

Também recebeu o Prémio Nacional Gulbenkian para a melhor Ilustração de Livros para a Infância, o 1.º Prémio Nacional de Design, em 1989, e os prémios das bienais de Munique e de Leipzig, na Alemanha. Em Denver, nos Estados Unidos da América, em 1999, foi-lhe atribuído o 1.º Prémio para o Logo Film Commission, da Association of Film Commissioners International e, no Reino Unido, teve o prémio European Design Annual.

Ao longo da carreira expôs em instituições como o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, a Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, o Museu Brasileiro da Escultura, em S. Paulo, e o Memorial da Cidade, em Curitiba, Brasil, o Lincoln Center, no Colorado, EUA, e participou nos Dias da Cultura Portuguesa, em Frankfurt, Alemanha, entre outras iniciativas.

Autor de uma vasta obra, a sua paixão pelo cartaz é notória, constituindo a sua peça de eleição, mas revela-se igualmente no design editorial, nas áreas da ilustração e da filatelia.

João Machado é o autor exclusivo dos cartazes do Cinanima - Festival Internacional do Cinema de Animação, desde a sua criação em 1977.