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Segundo o relatório, as Forças de Defesa de Israel (IDF) iriam expandir significativamente as suas operações terrestres em Gaza, incluindo em zonas onde ainda não tinham operado, de forma a reforçar a pressão sobre o Hamas. Esta notícia surge depois do IDF reclamar o controlo de 75% do território de Gaza.

Além disso, fontes citadas no Times of Israel revelam que os ministros estão a considerar a ocupação total da Faixa de Gaza e a anexação de partes do território, caso o Hamas continue a rejeitar uma proposta de cessar-fogo e libertação de reféns.

Segundo o jornal Maariv, citado pelo Times of Israel, Netanyahu terá apresentado uma proposta para começar a anexar áreas da Faixa de Gaza, na qual se prevê a criação de uma entidade especial para administrar os territórios anexados.

O Haaretz avança que a proposta terá como objetivo evitar a saída do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e do seu partido de extrema-direita do governo. A anexação começaria pela zona tampão junto à fronteira, depois estender-se-ia ao norte de Gaza, junto às cidades israelitas de Sderot e Ashkelon, e poderia abranger, eventualmente, toda a Faixa de Gaza.

No entanto, alguns cidadãos não acreditam que Jerusalém seja capaz de o fazer: “Israel está na pior situação possível neste momento”, disse uma fonte citada, "as negociações para um acordo de [cessar-fogo e libertação de reféns] estão estagnadas, as IDF estão numa espécie de caos na Faixa de Gaza, soldados estão a ser mortos e o Hamas não está a sentir pressão". E acrescentou: "Sem falar nas declarações de Trump hoje, confirmando que há fome em Gaza."

O impasse das negociações

Sobre as conversações para uma trégua com o Hamas, um alto responsável da área da segurança defendeu, em entrevista ao canal 12, que "os EUA precisam de pôr uma arma em cima da mesa e forçar o Qatar a escolher entre os interesses do Hamas e os seus próprios. Os EUA são o único ator que pode trazer o Hamas de volta à mesa de negociações. Se não agirem, a situação permanecerá inalterada."

Em resposta, o Hamas afirmou que continua interessado em negociar um acordo. Nega as acusações de Israel e dos EUA de que está a agir de forma pouco séria nas negociações.

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Ainda assim, Israel continua empenhado em ganhar a guerra. A ministra israelita, Orit Strock, declarou que não faz sentido um governo de direita que não alcance uma vitória rápida.

“Se o governo não conseguir conduzir Israel à vitória, não num período de anos, mas num período de dias, ou algumas semanas, então não temos nada que estar [em Gaza]”, afirmou Strock num encontro com feridos da guerra perto do Knesset.

Apesar do impasse, diplomatas egípcios e do Qatar continuam a tentar reativar o processo de mediação, mantendo contactos diários com representantes israelitas de nível intermédio.

"Não dá para fingir" a fome

O maior obstáculo à resolução do conflito continua a ser a luta da fome.

Deturpando a realidade, Netanyahu continua a acusar o Hamas de tentar “alimentar a perceção de uma crise humanitária” com imagens e números manipulados. “O Hamas beneficia ao tentar alimentar a perceção de uma crise humanitária. Para isso, tem divulgado números não verificados à comunicação social e feito circular imagens cuidadosamente encenadas ou manipuladas”, declarou. No entanto, não apresenta provas para estas acusações.

Já o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda-feira que as imagens de fome em Gaza “são reais”. “Não se pode fingir aquilo”, reforçou.

Face à deterioração da situação humanitária, incluindo casos crescentes de desnutrição e mortes por fome, Israel anunciou no domingo uma “pausa táctica” nas operações militares em áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza, de forma a permitir a entrega segura de ajuda.

O primeiro-ministro israelita afirmou na noite de segunda-feira que, apesar de “a situação em Gaza ser difícil”, Israel está a trabalhar para garantir que grandes quantidades de ajuda humanitária cheguem à Faixa de Gaza.

A declaração surge numa altura de forte pressão internacional sobre Israel, face ao agravamento da crise humanitária no enclave palestiniano, marcada por relatos diários de mortes por fome e desnutrição.

“Israel continuará a trabalhar com agências internacionais, bem como com os EUA e países europeus, para garantir que grandes quantidades de ajuda humanitária fluam para a Faixa de Gaza”, afirmou Netanyahu, em comunicado.

Ainda assim, continua a negar que Israel use a fome como arma de guerra, e responsabiliza as Nações Unidas e outras agências humanitárias por não recolherem nem distribuírem os mantimentos que chegam às fronteiras.