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Também conhecido por "El Ratón", Ovídio Guzmán é um dos quatro filhos de "El Chapo", conhecidos como "Los Chapitos", que lideravam uma fação do Cartel de Sinaloa. A 30 de junho, assinou um documento no qual diz que "deseja declarar-se culpado", evitando assim ter de comparecer a julgamento.
Como consequência do acordo, o Ministério Público do tribunal do Distrito Sul de Manhattan publicou um documento que retirava as acusações que pendiam sobre ele por conspiração para participação em atividade criminosa continuada, tráfico de droga, branqueamento de capitais, uso de armas de fogo e distribuição de cocaína, heroína, metanfetaminas, canábis e fentanil. No entanto, o caso foi transferido para o tribunal de Chicago, que aceitou ficar responsável pelo mesmo.
Está agendada para 9 de julho uma audiência para oficializar a sua declaração de culpa perante a juíza Sharon Johnson Coleman, segundo os autos do tribunal de Chicago. Após esse trâmite, a juíza determinará uma sentença numa data ainda por definir.
As autoridades norte-americanas acusam Ovídio e os seus irmãos Archivaldo Iván Guzmán Salazar, Jesús Alfredo Guzmán Salazar e Joaquín Guzmán López de liderarem o grupo conhecido como "Los Chapitos".
Os Estados Unidos, que recentemente designaram o Cartel de Sinaloa como uma organização terrorista global, acusam os quatro filhos de "El Chapo" de introduzirem fentanil no território norte-americano — substância esta associada a dezenas de milhares de mortes por overdose.
Sanções aos "Chapitos"
Ovídio Guzmán foi detido a 17 de outubro de 2019, em Culiacán, no noroeste do México, mas acabou por ser libertado por ordem do então presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, após uma vaga de violência desencadeada pelo Cartel de Sinaloa em retaliação.
Em setembro de 2023, ainda durante o governo de López Obrador, Ovídio foi novamente capturado e acabou por ser extraditado para os Estados Unidos.
Como parte das negociações, as autoridades norte-americanas autorizaram a entrada de 17 familiares de Ovídio no país, em Maio. Para além dele, também o seu irmão Joaquín foi transferido para Chicago.
A detenção de Joaquín Guzmán López ocorreu a 25 de julho de 2024, quando aterrou nos Estados Unidos num pequeno avião acompanhado por Ismael "El Mayo" Zambada, cofundador do Cartel de Sinaloa juntamente com "El Chapo".
Zambada, de 77 anos, afirma ter sido vítima de uma emboscada e enganado por Guzmán López, que o teria levado à força para os Estados Unidos em troca de alegadas vantagens para si e para o seu irmão Ovídio.
Entretanto, o líder do cartel, "El Chapo" Guzmán, cumpre pena de prisão perpétua nos Estados Unidos por narcotráfico.
Na sua política agressiva contra os cartéis de droga, o governo de Trump anunciou, no início de junho, novas sanções contra "Los Chapitos" por tráfico de fentanil, aumentando ainda a recompensa para 10 milhões de dólares (cerca de 9,2 milhões de euros) por cada um dos irmãos foragidos: Archivaldo Iván e Jesús Alfredo.
O governo norte-americano responsabiliza a "liderança de Iván" pela "onda alarmante de violência no México e nos Estados Unidos contra civis, forças de segurança e membros de cartéis rivais".
Após a prisão de "El Mayo", o confronto entre os herdeiros de Zambada e os filhos de "El Chapo" despoletou uma guerra violenta no estado de Sinaloa, que já provocou mais de 1.200 mortos, entre os quais 39 menores, e 1.400 desaparecidos.
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