Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

O cometa interestelar foi avistado pela primeira vez na terça-feira pelo telescópio ATLAS, no Chile, indicou hoje a Agência Espacial Europeia (ESA), que fez observações na quarta-feira com um dos telescópios do Observatório Las Cumbres, no Havai, Estados Unidos, confirmando a existência de 3I/ATLAS.

"A sua trajetória invulgar levantou imediatamente suspeitas de que teve origem no espaço interestelar", refere a ESA em comunicado, acrescentando que, à data de hoje, o cometa está a cerca de 670 milhões de quilómetros do Sol e fará a sua aproximação mais próxima no final de outubro, passando pela órbita de Marte.

Os astrónomos supõem que o cometa tenha até 20 quilómetros de largura e viaje a cerca de 60 quilómetros por segundo em relação ao Sol.

De acordo com a ESA, 3I/ATLAS não representa qualquer perigo para a Terra, da qual distará no máximo 240 milhões de quilómetros, mais de 1,5 vezes a distância que separa o planeta do Sol.

Quando o cometa atingir o seu ponto mais próximo da Terra estará escondido atrás do Sol, esperando-se que reapareça no início de dezembro para propiciar aos astrónomos uma nova janela de oportunidade para o estudarem.

Sendo o 3I/ATLAS um cometa ativo, se aquecer o suficiente à medida que se aproxima do Sol poderá começar a sublimar, um processo em que os gases congelados se transformam em vapor, transportando poeiras e partículas de gelo para o espaço que formam uma coma e uma cauda brilhantes.

Ao contrário dos planetas, luas e asteroides do Sistema Solar, que partilham a mesma origem, objetos interestelares como o cometa 3I/ATLAS "são remanescentes de outros sistemas planetários" que carregam pistas sobre a formação de mundos muito para lá da Terra, salienta a ESA.